4. Revolucionar a relação com os filhos.
31/Janeiro/2003
"Muitos jovens que usam drogas não têm problemas familiares maiores que a grande parcela de outros que nunca chegam a usá-las. Muitas vezes, o uso de drogas é mera questão de oportunidade, apresentada por ambientes e circunstâncias propícias. Em outras palavras, se um jovem está usando drogas, os pais não devem pensar que sua família é problemática e que eles fracassaram na educação dos filhos.
As sociedades modernas são muito estressantes: trabalhamos muito, investimos nossas energias para sobreviver, pagar a escola dos filhos, manter o carro, fazer um plano de saúde e de previdência. Chegamos em casa e não temos nem disposição para conversar. Ligamos a TV, mas não prestamos atenção nas cenas, queremos relaxar. Pegamos o jornal e vamos aos fatos de sempre, nada muda; mas os textos do jornal são terapêuticos, relaxantes. Infelizmente, não gastamos o tempo com as pessoas mais importantes: nossos filhos e nosso cônjuge."
03/Fevereiro/2003
Uma pessoa não precisa ser doente para se tornar um dependente, o efeito das drogas é suficiente para deixar qualquer um doente."
04/Fevereiro/2003
05/Fevereiro/2003
Os pais devem ter em mente que muitos jovens que experimentam drogas param de usá-las antes de se tornarem dependentes, que é possível que seu filho, por pior que seja a situação, possa se livrar do cárcere da dependência."
06/Fevereiro/2003
"Coragem para atravessar o deserto da dependência, paciência para fazer a travessia, sabedoria para escolher o melhor caminho e amor para renovar as forças durante a caminhada são necessidades fundamentais, tanto das pessoas dependentes, como daqueles que os estão ajudando: pais, educadores e profissionais. Mesmo diante da mais dramática situação, devemos irrigar a alma de esperança.
Jamais devemos desistir de uma pessoa, por mais doente que esteja, por mais recaídas que tenha, por mais batalhas perdidas. Um dia, o pior inverno se tornará a mais bela primavera."
07/Fevereiro/2003
RESGATANDO O PRIMEIRO AMOR
10/Fevereiro/2003
Se os pais reaprenderem a namorar e a resgatar o primeiro amor, ao invés de começar uma guerra de acusação, estarão fazendo um grande favor para si mesmos e para os filhos. Tal comportamento causará um impacto tão grande no inconsciente deles que começará a abalar o dinossauro da dependência. O tratamento dos filhos começa não apenas dentro deles, mas também no cerne de seus pais."
11/Fevereiro/2003
REVOLUCIONANDO A RELAÇÃO COM OS FILHOS
Dar conselhos pouco resolve. Mostrar que as drogas fazem mal à saúde também não. É uma batalha tão grande que deixa os próprios psicoterapeutas sem ação. Nesta batalha é completamente ineficaz falar mal do inimigo. É preciso mudar o foco de atenção. É preciso surpreendê-los com novas atitudes."
12/Fevereiro/2003
a- UM RELACIONAMENTO PERMEADO DE DESCONTRAÇÃO E PRAZER
Por quê essa discrepância ? Porque são vítimas do gatilho da memória, o qual desloca o território de leitura (âncora) para áreas de atritos, gerando reações que eles não conseguem administrar. Reagimos ao outro, não pelo que ele é, mas pelo que temos registrado dentro de nós. Se o registro for doentio, nossas reações serão doentias. Se durante toda a vida imperou a agressividade e as reações impulsivas, não espere que o mar se acalme na relação. É necessário, como já vimos, reconstruir o presente para reescrever o passado."
13/Fevereiro/2003
Conduzir pais e filhos a
compreenderem o gatilho da memória, a não gravitarem
em torno dos ressentimentos passados e a administrarem seus
pensamentos e emoções nos focos de tensão é o primeiro
passo para novas mudanças.
Para vencer o cárcere da emoção é necessário
que os pais e os filhos construam um novo relacionamento, mais
alegre, mais divertido, mais simples e afetivo. Devemos gravar
esta frase: 'Os pais devem se preocupar menos
com a droga usada pelo filho e mais com o filho que usa a droga'.
Geralmente ocorre totalmente o contrário."
14/Fevereiro/2003
A correria do dia-a-dia, a fadiga do trabalho, os compromissos sociais e os problemas da vida acabam, naturalmente, tornando as relações entre pais e filhos distantes e muito formais. Esse clima de seriedade e frieza piora muito quando os pais descobrem que um filho está usando drogas, por isso, o primeiro passo para os pais se aproximarem de seus filhos é deixar a crítica, o medo e as acusações de lado e começarem a fazer de sua família uma festa, um canteiro de prazer."
17/Fevereiro/2003
"O pai que se comporta como um 'palhaço' para envolver e encantar seu filho tem muito mais possibilidades de ajudá-lo do que aquele pai que se comporta como um 'policial', tentando puni-lo.
Não devemos jamais nos esquecer de que, depois da dependência estar instalada, o problema não é mais a droga química, mas o 'monstro' que habita no inconsciente. Como fazer para destruir esse 'monstro' é o maior desafio da medicina. A questão não é apenas e simplesmente estar longe da droga, mas de reaprender a viver sem ela."
18/Fevereiro/2003
b- UM RELACIONAMENTO FRANCO
Se, conforme já dissemos em item anterior, os pais conseguirem criar um clima prazeroso e descontraído na relação com os filhos, estarão abrindo um caminho para manter com eles conversas sinceras e honestas. Sem esse primeiro passo fica difícil, porque qualquer palavra dita aos filhos soa como ofensa, perseguição ou intromissão mas, quando ao longo dos dias e das semanas, os pais despertam a sua admiração, eles automaticamente passam a considerá-los muito importantes e não gostarão de ofendê-los. Porém, é fundamental que os pais sejam honestos e sinceros."
19/Fevereiro/2003
Um jovem pode parar muito mais facilmente de usar drogas por consideração à sua vida e por amor e respeito aos pais do que em nome dos prejuízos físicos e psicológicos que elas podem provocar."
20/Fevereiro/2003
c- UM RELACIONAMENTO ABERTO
Os pais também devem compartilhar seus planos, desejos, visão de vida, dificuldades atuais e alegrias, sempre dentro dos limites da sobriedade e da simplicidade."
21/Fevereiro/2003
Apesar das dificuldades, encorajo os pais a cultivarem o hábito de ouvir seus filhos, estimulando-os a falar de suas experiências de vida, de seus conflitos, alegrias, tristezas, amigos e sonhos."
24/Fevereiro/2003