O
Estado de São Paulo na WIKPEDIA (click)
PREFÁCIO
Falar do Estado de São Paulo é sempre no superlativo. É
o Estado com a maior população, o maior parque industrial,
a maior produção econômica, o maior registro de imigrantes
e, como também não poderia deixar de ser, com toda a complexidade
do Estado mais cosmopolita da América do Sul. Foi construído
com o vigor e o duro trabalho de povos de todas as partes do Brasil e
do mundo, mantendo arraigada em cada pedaço desta terra a vocação
para o trabalho. São 645 municípios e uma população
que ultrapassa 36 milhões de habitantes. Com a melhor infra-estrutura
e mão-de-obra qualificada, São Paulo pode mesmo ser chamado
de "A Locomotiva do Brasil". O Estado produz de tudo, principalmente
produtos de alta tecnologia. Mas o destaque não é só
na indústria. O paulista também fez da agricultura e da
pecuária uma potência. Na economia, são mais de 250
shopping centers e uma ampla rede atacadista e varejista espalhada por
todo o Estado, e a participação de São Paulo no sistema
bancário brasileiro chega a quase 50% de todo o volume movimentado.
É na capital que está a maior bolsa de valores da América
Latina
Para falar de São Paulo é preciso, antes de mais nada, conhecer
sua história. Uma história tão rica que conta a vida
de uma nação.
Para falar de São Paulo é preciso conhecer a história
de seu povo. Um povo desbravador, bandeirante, e que, com infinita coragem,
subiu serras e abriu florestas para marcar seu território.
Para falar de São Paulo é necessário contar suas
conquistas.
SÃO PAULO - A COLÔNIA
A colonização de São Paulo começou em 1532
quando, em 21 de janeiro, Martim Afonso de Souza fundou a povoação
que iria transformar-se na Vila de São Vicente, uma das mais antigas
do Brasil e a mais remota da Colônia. Dando continuidade à
exploração da terra e em busca de novos gentios a evangelizar,
no cumprimento da missão que os trouxera ao Novo Mundo, um grupo
de jesuítas, do qual faziam parte José de Anchieta e Manoel
da Nóbrega, escalou a serra do mar chegando ao planalto de Piratininga,
onde encontraram, segundo cartas enviadas a Portugal, "uma terra
mui sadia, fresca e de boas águas". Do ponto de vista da segurança,
a localização topográfica de São Paulo era
perfeita: situava-se numa colina alta e plana, que facilitava a defesa
contra ataques de índios hostis. Nesse lugar, fundaram um colégio
em 25 de janeiro de 1554, ao redor do qual se iniciou a construção
das primeiras casas de taipa, que dariam origem ao povoado de São
Paulo de Piratininga. Em 1560, o povoado ganhou foros de vila.
No início, São Paulo vivia da agricultura de subsistência,
aprisionando índios para trabalharem como escravos na frustrada
tentativa de implantação em escala da lavoura de cana-de-açúcar.
Mas o sonho já era então a descoberta do ouro e dos metais
preciosos. Assim, na segunda metade do século começariam
as viagens de reconhecimento ao interior do país, as "bandeiras",
expedições organizadas para aprisionar índios e procurar
pedras e metais preciosos nos sertões distantes, dando início
ao desbravamento das Minas Gerais. Em 1681, São Paulo foi considerada
cabeça da Capitania, que incluía então um território
muito mais vasto que o do atual Estado. Embora em 1711 a vila tenha sido
elevada à categoria de cidade, o próprio êxito do
empreendimento bandeirante fez que a Coroa desmembrasse a capitania, para
ter controle exclusivo sobre a região das Minas. Por isso, ao longo
de todo o século XVIII, São Paulo continuava sendo apenas
o quartel-general de onde não cessavam de partir as "bandeiras",
responsáveis pela ampliação do território
brasileiro a sul e a sudoeste muito além da linha de Tordesilhas,
na proporção direta do extermínio das nações
indígenas que colocavam resistência a esse empreendimento.
Disso tudo resultou a proverbial pobreza da província de São
Paulo na época colonial, carente de uma atividade econômica
lucrativa como a do cultivo da cana-de-açúcar no Nordeste,
contando sobretudo com a mão-de-obra do indígena e desfalcada
de seus homens válidos, que partiam para o sertão a redesenhar
as fronteiras do Brasil.
Durante os três primeiros séculos de colonização,
o número de índios e mamelucos superou em muito o de europeus.
Até meados do século XVIII, predominava entre a população
uma "língua geral" de base tupi-guarani, sendo essa língua
franca a mais falada em toda a região. No período da união
das coroas ibéricas, entre 1580 e 1640, estima-se que o espanhol
fosse a segunda língua da vila de São Paulo. Após
a Independência, em 1822, os africanos representavam algo em torno
de 25% da população, e, os mulatos, mais de 40%. Era já
então insignificante a presença de índios nas zonas
ocupadas pela colonização, e em especial nas lavouras de
açúcar, implantadas com êxito no litoral norte e na
região entre Itu e Sorocaba. Assim, a grande virada da economia
paulista só aconteceria na passagem do século XVIII para
o XIX, quando as plantações de café começaram
a substituir as de cana-de-açúcar e a se preparar para ocupar
o primeiro plano na economia nacional.
SÃO PAULO - O IMPÉRIO
O fim da Colônia se antecipa, no próprio período
colonial, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em
1808, fugindo ao avanço das tropas napoleônicas. D. João
VI deu então início a uma série de reformas que,
da arquitetura ao ensino superior, da civilidade urbana aos empreendimentos
artísticos, deveriam adequar o país para sediar o Vice-Reinado
que abrigava a Coroa portuguesa, e que de fato preparariam sua independência.
São Paulo também se beneficiaria em muito dessas transformações.
Foi em território paulista que, em 7 de setembro de 1822, o herdeiro
do trono português, o príncipe Dom Pedro, declarou a Independência
do Brasil, sendo aclamado Imperador com o título de Dom Pedro I.
Com sua renúncia nos anos 30, em meio à agitação
política contra o domínio português, seguiu-se o conturbado
período da Regência que, na segunda metade do século,
com a ascensão ao trono de D. Pedro II, cederia lugar a um período
de inusitado desenvolvimento e prosperidade do país, sobretudo
após a consolidação da agricultura cafeeira como
o principal produto de exportação brasileiro.
Foi nessa época que São Paulo passou a assumir uma posição
de destaque no cenário nacional, com o avanço dos cafezais,
que encontraram na terra roxa do norte da província o solo ideal.
A expansão da cultura do café exigiu a multiplicação
das estradas de ferro, iniciando-se então (1860-1861) em Santos
e São Paulo os trabalhos da construção da Estrada
de Ferro Santos-Jundiaí, a São Paulo Railway, responsável
pelo primeiro trem a ligar as duas cidades. Esse foi um período
de grandes transformações, marcado pela crise do sistema
escravocrata, que levaria à Abolição em 1888 e que
daria lugar, entre outros fatos, à chegada em massa de imigrantes,
principal alternativa de solução ao problema da mão-de-obra
na lavoura cafeeira.
São Paulo prosperou muito nessa época e a capital da província
passou por uma verdadeira revolução urbanística,
resultado da necessidade de transformar uma cidade acanhada, pouco mais
que um entreposto comercial, em capital da nova elite econômica
que se impunha. Em meados de 1860, a cidade de São Paulo já
era bem diferente da antiga cidade colonial. Os primeiros lampiões
de rua queimavam óleo de mamona ou de baleia e a cidade já
contava com um parque público, o Jardim da Luz, que passaria por
extensas reformas no final do século. Nesse período, à
medida que a cidade se expandia em todas as direções, consolidava-se
também um núcleo urbano moderno em torno de alguns marcos
simbólicos, como a Estação da São Paulo Railway
e o Jardim da Luz. Ao seu redor instalaram-se bairros residenciais de
elite - os Campos Elíseos -, com seus bulevares ao estilo parisiense,
como a avenida Tiradentes. Mas as estradas de ferro também permitiram
que surgissem novos bairros populares ao lado da Estação
da São Paulo Railway, como o Bom Retiro e o Brás, cujo povoamento
foi reforçado pela instalação, nas proximidades,
da Hospedaria dos Imigrantes. Também os edifícios públicos
multiplicaram-se: assembléia, câmara, fórum, escolas,
quartéis, cadeias, abrigos para crianças desamparadas. Dezenas
de igrejas, conventos e mosteiros ainda continuavam, como nos tempos coloniais,
a espalhar-se por toda parte. Na área cultural artistas de circo,
atores de teatro, poetas e cantores começaram a consolidar seu
lugar na cidade, junto com o primeiro jornal periódico.
Mas as transformações no período também assumiram
outras facetas. A chegada de milhares de imigrantes, além de resolver
o problema da mão-de-obra da lavoura cafeeira, permitiu maior ocupação
do interior do Estado. Criaram-se as condições necessárias
para que pequenas fábricas, subsidiárias do café,
dessem os primeiros passos em direção à industrialização.
Com o interior já integrado ao cenário do rápido
crescimento da província, começou haver a preocupação
com a construção de novas estradas, prevendo-se a interiorização
dos cafezais e a prosperidade que seria sacramentada com a República.
SÃO PAULO - A REPÚBLICA
O fim do Império já estava selado quando foi declarada
a Abolição da Escravidão em 1888. A perda de apoio
das elites conservadoras, agravada pelas fricções do imperador
com a Igreja, na chamada "Questão religiosa", e a crise
no Exército após a guerra do Paraguai, origem da "Questão
militar", determinariam a queda de Dom Pedro II. Assim, ele seria
deposto por um movimento militar liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca
em 1889. Teve início então o primeiro período republicano
no Brasil. Até 1930, a República é controlada pelas
oligarquias agrárias de São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro. A importância econômica do café produzido
em São Paulo e do gado de Minas Gerais sustenta a "política
do café-com-leite", em que paulistas e mineiros se alternam
na presidência da República. Na verdade, São Paulo
apenas mantinha o poder que conquistara com a consolidação
das novas bases econômicas do país nas últimas décadas
do Império. A ferrovia puxava a expansão da cafeicultura,
atraía imigrantes e permitia a colonização de novas
áreas, enquanto nas cidades a industrialização avançava,
criava novos contornos urbanos e abria espaço para novas classes
sociais, o operariado e a classe média. Mais próspero do
que nunca, e agora um Estado de verdade dentro da Federação,
São Paulo via surgir a cada dia uma novidade diferente: a eletricidade
substituía o lampião a gás; chegavam os primeiros
carros (o primeiro de todos pertenceu ao pai de Santos Dumont, em 1891);
cresciam as linhas de bondes elétricos; construíam-se na
capital grandes obras urbanas, entre elas, o Viaduto do Chá e a
Avenida Paulista.
A singularidade desse período está na forma intensa com
que tudo se multiplica, desde a imigração, que no campo
sustenta a cafeicultura, até o desenvolvimento das cidades, que
levam São Paulo a perder suas feições de província
e tornar-se a economia mais dinâmica do país. Todo o Estado
paulista se transforma. Santos, Jundiaí, Itu, Campinas e diversas
outras vilas passam a conviver com o apito das fábricas e com uma
nova classe operária. As greves e as "badernas de rua"
tornam-se assunto cotidiano dos boletins policiais, ao mesmo tempo que
começa a saltar aos olhos a precariedade da infra-estrutura urbana,
exigida pela
industrialização. Um dos graves problemas passou a ser a
geração de energia, centro de atenção das
autoridades estaduais. Já em 1900, fora inaugurada a Light, empresa
canadense e principal responsável pelo setor em São Paulo
até 1970. O Estado passou a ter uma significativa capacidade de
geração de energia, o que foi decisivo para o grande desenvolvimento
industrial verificado entre 1930 e 1940. Nessa nova conjuntura, mais de
uma dezena de pequenas hidrelétricas começaram a ser construídas,
principalmente com capital estrangeiro.
Nesse período da Primeira República, a aristocracia cafeeira
paulista vive o seu apogeu. Mas a Revolução de 1930 coloca
fim à liderança da oligarquia cafeeira, trazendo para o
primeiro plano os Estados menores da Federação, sob a liderança
do Rio Grande do Sul de Getúlio Vargas. As oligarquias paulistas
ainda promovem, contra o movimento de 1930, a Revolução
Constitucionalista em 1932, mas são derrotadas, apesar da pujança
econômica demonstrada pelo Estado de São Paulo.
Em 1930, os trilhos de suas ferrovias chegavam às proximidades
do rio Paraná e a colonização ocupava mais de um
terço do Estado. As cidades se multiplicavam. Socialmente, o Estado,
com seus mais de um milhão de imigrantes, tornou-se uma torre de
Babel, profundamente marcado pelas diferentes culturas trazidas de mais
de 60 países. Mas na última década da República
Velha, o modelo econômico e político que sustentava o predomínio
de São Paulo mostrava seu esgotamento. Após a Revolução
de 1930, o país viveu um período de instabilidade que favoreceu
a instalação da ditadura de Getúlio Vargas, período
de oito anos que terminou juntamente com a Segunda Guerra Mundial, que
abriu um período de redemocratização e a instalação
da chamada Segunda República.
Entretanto, no plano econômico, o café superou a crise por
que passou no início da década de 1930 e foi estimulado
por bons preços durante a guerra, favorecendo a recuperação
de São Paulo. Mas, agora, era a vez da indústria despontar,
impulsionada, entre outros motivos, pelos capitais deslocados da lavoura.
Logo, outro grande salto seria dado, com a chegada da indústria
automobilística em São Paulo, carro-chefe da economia nacional
desde a década de 1950. A partir daí, o Estado paulista
se transformou no maior parque industrial do país, posição
que continuou a manter, apesar das transformações econômicas
e políticas vividas pelo Brasil.
SÃO PAULO - A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Foi em novembro de 1891 que o primeiro carro motorizado chegou em solo
brasileiro. A bordo do navio Portugal, que aportou na cidade de Santos,
um único exemplar de um Peugeot, comprado por 1.200 francos. O
proprietário era um rapaz de dezoito anos chamado Alberto Santos
Dumont - o futuro Pai da Aviação -, que acabava de retornar
da França com a família. Dumont já demonstrava que
era um homem de visão. O automóvel se transformaria na maior
mola propulsora da economia mundial. Se em 1891 existia somente um automóvel
no Brasil, em 1904, 84 carros já eram registrados na Inspetoria
de Veículos. Faziam fila na época figuras ilustres da sociedade
paulista: Antonio Prado Júnior, Ermelindo Matarazzo, Ramos de Azevedo,
José Martinelli e muitos outros. De olho nesse mercado, a empresa
Ford decide em 1919 trazer a empresa ao Brasil. O próprio Henry
Ford sentencia: "O automóvel está destinado a fazer
do Brasil uma grande nação". A primeira linha de montagem
e o escritório da empresa foram montados na rua Florêncio
de Abreu, centro da cidade de São Paulo. Em 1925, foi a vez da
General Motors do Brazil abrir sua fábrica no bairro paulistano
do Ipiranga. Meses depois já circulava o primeiro Chevrolet. Dois
anos depois, a companhia inicia a construção da fábrica
de São Caetano do Sul. Nessas alturas, o som das buzinas e o barulho
peculiar dos motores já fazem parte do cotidiano do paulista. Estradas
são construídas em todo o Estado de São Paulo. O
reflexo dessas iniciativas no aumento da frota de veículos é
surpreendente: entre 1920 e 1939, só no Estado de São Paulo,
o número de carros de passeio salta de 5.596 para 43.657 e o de
caminhões vai de 222 para 25.858. Entra o ano de 1940, tem início
a Segunda Guerra Mundial. As importações são prejudicadas
e a frota de veículos no Brasil vai ficando ultrapassada. As fábricas
só montavam seus automóveis aqui e não produziam
suas peças. Era preciso desenvolver o parque automotivo brasileiro.
O então presidente da República, Getúlio Vargas,
proíbe a importação de veículos montados e
cria obstáculos à importação de peças.
Foi Juscelino Kubitschek, presidente empossado em 31 de janeiro de 1956,
que deu o impulso necessário à implantação
definitiva da indústria automotiva, ao criar o Geia - Grupo Executivo
da Indústria Automobilística. Em 28/9/1956, foi inaugurada,
em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a primeira fábrica
de caminhões com motor nacional da Mercedes-Benz. Juscelino Kubitscheck
compareceu à cerimônia. O Brasil chega ao final de 1960,
com uma população de 65.755.000 habitantes e um total de
321.150 veículos produzidos desde o início da implantação
do parque industrial automotivo. Mais de 90% das indústrias de
autopeças foram instaladas na Grande São Paulo. E foi no
Estado de São Paulo que ficou instalado o maior parque industrial
da América Latina, dando um importante impulso para o rápido
crescimento econômico paulista. A revolução automotiva
da década de 1950 trouxe ao Estado paulista tecnologia de ponta,
empregos, desenvolvimento industrial e uma nova relação
de capital-trabalho, com o crescimento e fortalecimento dos sindicatos
de classes. Hoje, o Estado produz mais de um milhão de veículos
por ano.
SÃO PAULO - DIRETAS
25 de janeiro de 1984.
O cenário é a Praça da Sé, centro da cidade
de São Paulo. O Brasil ansiava pela democratização
e pelas eleições diretas. Movimentos se espalhavam por todo
país, mas a campanha das diretas somente conquista as ruas depois
do histórico comício de 25 de janeiro. Marcado para o dia
do aniversário da cidade de São Paulo, o primeiro grande
comício da campanha por eleições diretas para presidente
foi organizado por Franco Montoro, governador paulista. Participaram também
diversos partidos políticos de oposição, além
de lideranças sindicais, civis e estudantis. A expectativa era
das mais tensas. O governo militar tentava minar o impacto do evento.
O dia estava chuvoso. Aos poucos, a praça foi lotando e, no final,
cerca de 300 mil pessoas gritavam por "Diretas já!" no
centro da cidade. Além de políticos também estiveram
presentes artistas como Christiane Torloni, Fernanda Montenegro, Gilberto
Gil, Alceu Valença, Regina Duarte, Bruna Lombardi, Fafá
de Belém e Chico Buarque de Holanda. O jornalista Osmar Santos
anuncia a presença do governador Franco Montoro. O idealizador
do comício pelas diretas estava acompanhado dos governadores Iris
Resende, José Richa, Nabor Junior e Leonel Brizola. Os presidentes
do PMDB, Ulisses Guimarães, e do PT, Luiz Inácio Lula da
Silva, também estão presentes. Também estavam presentes
o senador Fernando Henrique Cardoso, presidente regional do PMDB, e o
prefeito de São Paulo, Mário Covas, que fez um emocionado
discurso pedindo um minuto de silêncio para homenagear Teotônio
Vilela, morto em 27 de novembro do ano anterior. Teotônio morreria
bem no dia da primeira manifestação pública em favor
das eleições diretas. Aquele foi mesmo um dia de nenhuma
comemoração, em que 15 mil pessoas compareceram em frente
ao estádio do Pacaembu. Bem diferente da manifestação
da Praça da Sé.
"Me perguntaram se aqui estão 300 ou 400 mil pessoas. Mas
a resposta é outra: aqui estão presentes as esperanças
de 130 milhões de brasileiros." ( Franco Montoro Filho)
Logo após o discurso de Montoro o Hino Nacional começa a
ser cantado na Praça, que agora era só do povo. Com o sucesso
do comício em São Paulo todos os governadores de oposição
resolveram fazer o mesmo. Foi com o evento paulista que ficou comprovado
o anseio popular. A partir de fevereiro, os comícios pelas eleições
diretas foram se sucedendo nas principais capitais do país. No
dia 16 de abril, pouco antes da votação das diretas, realizou-se
um último comício em São Paulo. Só que desta
vez, a Praça da Sé parecia muito pequena. Foi escolhido
o vale do Anhangabaú, que recebeu uma multidão estimada
em mais de 1,5 milhão de pessoas. Foi a maior manifestação
política jamais vista no país.
(fonte: Governo do Estado de São
Paulo)
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