MENSAGEM DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU
KOFI ANNAN,
POR OCASIÃO DO
DIA MUNDIAL DOS REFUGIADOS
20 de Junho de 2006
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC

Para milhares de pessoas que todos os anos se vêem forçadas a fugir de suas casas, e partir, levando apenas alguns dos seus bens, para salvar a vida, é apenas o início de um longo combate. Depois de terem escapado da perseguição ou da guerra e de terem encontrado um local seguro, os refugiados têm ainda de superar enormes dificuldades para obter aquilo que a maior parte de nós considera como adquirido – uma escola, um emprego, habitação e cuidados de saúde.

As dificuldades assumem várias formas e é preciso fazer escolhas difíceis. Os organismos de ajuda, que dispõem de recursos limitados, são com freqüência obrigados a estabelecer prioridades dolorosas. O que é mais importante para as milhares de crianças de um campo de refugiados: uma escola ou uma clínica? Para além dos esforços para construir uma nova vida, numerosos refugiados carregam os estigmas físicos e psicológicos das violências sofridas ao longo dos anos, mesmo quando se encontram num ambiente completamente novo. As famílias que enfrentam o risco de perseguição no seu próprio país podem viver sob a ameaça constante de serem obrigadas a regressar. E mesmo quando lhe é concedido asilo, um refugiado pode ser considerado uma ameaça, e não uma vítima, e ser alvo de intolerância e hostilidade.

Hoje, o número total de refugiados no mundo situa-se no nível mais baixo desde 1990. Nos últimos anos, o Alto Comissarido das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) ajudou milhões de pessoas a regressarem às suas casas ou a começarem uma nova vida no país de asilo. Os organismos da ONU trabalham em conjunto para garantir que milhões de deslocados, no interior do próprio país, freqüentemente em condições idênticas às dos refugiados, recebam a assistência de que necessitam. Do mesmo modo, milhares de pessoas provenientes tanto da Federação Russa como da Libéria receberam ajuda para regressar, voluntariamente, aos seus países.

Na altura em que celebramos o Dia Mundial para os Refugiados, mais de metade dos refugiados dos quais o ACNUR se ocupa, em nível mundial, passaram mais de cinco anos no exílio. Este dia lembra-nos que temos a responsabilidade de manter viva a esperança de todos aqueles que mais dela necessitam, ou seja, os milhões de refugiados e deslocados que ainda vivem no exílio.


20 de Junho de 2005
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC

A maior parte de nós nunca tem de enfrentar, na sua vida quotidiana, o terror, o medo, o conflito e a perseguição que obrigaram milhões de refugiados em todo o mundo a fugirem. Esquecemos facilmente que, na sua maioria, os refugiados são pessoas como nós, que têm uma casa, uma família, um emprego e sonhos, e que são forçadas a tudo abandonar, na sua busca desesperada de segurança num meio desconhecido. Perante um futuro incerto, estas pessoas comuns têm de se armar de uma coragem extraordinária para sobreviver e para refazer a sua vida destruída.

Neste Dia Mundial dos Refugiados, rendemos homenagem ao espírito e à coragem dos milhões de refugiados no mundo. Muitos deles suportam enormes sofrimentos, sem perder a esperança, e encontram forças para superar o desespero e começar uma nova vida, apesar de tudo parecer estar contra eles. Podemos ser testemunhas da sua coragem, todos os dias, nos vastos campos de refugiados da Ásia e da África, onde famílias inteiras assistem a aulas para aprender novos ofícios, enquanto aguardam ansiosamente o dia em que poderão finalmente voltar para as suas casas e começar a refazer a sua vida e a reconstruir o seu país. Vemo-la no Afeganistão, em Angola, na Serra Leoa e em dezenas de outros países, onde milhões de refugiados regressam à sua pátria devastada pela guerra, com esperança no futuro. E vemo-la nas cidades, quer grandes quer pequenas, do mundo inteiro, onde os refugiados que não puderam voltar para os seus próprios países, insuflaram às comunidades que os acolheram uma nova vida e lhes trouxeram prosperidade e diversidade cultural.

Durante as últimas cinco décadas, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) teve o dever e o privilégio de ajudar mais de 50 milhões de pessoas desenraizadas a refazerem a sua vida destruída. Hoje, em 115 países, entre os quais figuram alguns dos lugares mais difíceis e perigosos do mundo, o pessoal do ACNUR ajuda cerca de 17 milhões de refugiados e outras pessoas pessoas necessitadas. Na sua nobre tarefa, também dá mostras de coragem, uma coragem indubitavelmente inspirada pelas pessoas a quem prestam auxílio. Como disse um responsável do ACNUR no terreno, no meio de uma crise, se os refugiados, que perderam tudo, não perdem a esperança, como podemos perdê-la nós?

Cada refugiado tem a sua história e cada perda é uma perda pessoal. Mas, neste Dia Mundial dos Refugiados, a coragem e perseverança de que dão provas, para superar a adversidade e construir um futuro melhor, devem ser uma fonte de inspiração para todos nós.


20 de Junho de 2003
Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal

A vida de um refugiado, independentemente da idade que possa ter, nunca é fácil. Mas, por muitas razões, o exílio é particularmente duro para os jovens. Para além das tensões emocionais próprias da adolescência e do final desta fase, os jovens refugiados têm, frequentemente, de enfrentar os tormentos da guerra, a violência, o luto pela perda de familiares e amigos, a violência sexual e a conscrição forçada.

O terceiro Dia Mundial dos Refugiados é dedicado aos milhões de jovens cujo futuro foi prejudicado pela guerra, o ódio e o exílio. Numa idade em que deveriam sonhar com as possibilidades ilimitadas que a vida oferece e desenvolver as suas competências, preparando-se para a vida adulta, estão tolhidos pela dura realidade da pobreza e da sua situação de deslocados e condenados ao que, muitas vezes, parece ser uma vida sem esperança.

Muitos jovens refugiados são também privados do amparo da família, o que os torna especialmente vulneráveis a várias formas de violência. Em algumas partes do mundo, rapazes de 15 anos são recrutados à força para combater em conflitos alheios, frequentemente por razões que não podem de modo algum compreender. Figuram entre os mais de 300 000 jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 17 anos que lutam em algumas das guerras mais violentas do mundo. Ainda que escapem à morte e saiam fisicamente ilesos, ficarão traumatizados para o resto da vida, devido à brutalidade da experiência por que passaram. E, se os rapazes acabam por se tornar carne para canhão, as jovens refugiadas são, muitas vezes, os principais alvos de violência, especialmente nas zonas onde a posição social das mulheres e moças é débil.

Todos nós queremos um futuro melhor para os nossos filhos e nos esforçamos por lhes proporcionar meios que lhes permitam construir uma vida feliz e marcada pelo êxito. Infelizmente, os jovens refugiados não têm essas oportunidades. Mas quem visitar uma escola de qualquer campo de refugiados aperceber-se-á da sua notável determinação em aprender e brilhar. Confrontados com enormes adversidades e um futuro incerto, os jovens refugiados sabem que a educação é a saída mais segura para a sua situação.

Os jovens refugiados precisam de ajuda. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e outros organismos da ONU já fazem muito, por meio de programas educativos e de outros programas juvenis, para tornar as suas vidas mais realizadas, mais seguras e mais válidas. Mas, embora a ação humanitária possa ajudar a atenuar a dureza da sua existência, não pode ser um substituto de esforços sérios e continuados para encontrar soluções para os problemas que estão na origem da deslocação de populações. No Dia Mundial dos Refugiados, reafirmemos o nosso empenho em impedir que as gerações futuras cresçam sem esperança.

Gentileza do Centro de Informação da ONU em Portugal


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