MENSAGEM DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU
KOFI ANNAN,
POR OCASIÃO DO
DIA DA INDUSTRIALIZAÇÃO DA ÁFRICA
20 de Novembro de 2006
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC

Este ano, o tema do Dia da Industrialização da África -- “O desenvolvimento industrial sustentável, meio de luta contra a pobreza” – sublinha o papel que o desenvolvimento sustentável pode e deve ter na realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e na promoção do progresso social e econômico na África.

O desenvolvimento industrial sustentável parece ter dificuldade em tornar-se realidade neste continente, que fica atrás de todos os outros em matéria de crescimento industrial e de criação de emprego. Durante os últimos 15 anos, a parte da produção industrial mundial que corresponde a África tem-se mantido no mesmo nível -- 1%.

No entanto, há agora mais perspectivas de melhoria da situação social e econômica. O crescimento econômico conheceu uma aceleração, em muitos países de baixo rendimento, graças ao qual um número considerável de pobres poderia libertar-se da pobreza absoluta. É verdade que, em certos países, o crescimento abrandou e as metas em termos de redução da pobreza não foram atingidas, mas muitos outros estão no bom caminho para alcançar o objetivo de reduzir a pobreza para metade, até 2015.

Apesar destes progressos, há ainda muito a fazer e não só nos países onde se tem registrado um crescimento lento ou negativo. Mesmo aqueles que avançaram não poderão manter o presente impulso, se não se empenharem energicamente e com persistência em alargar e diversificar a base em que assenta a economia da África, através do desenvolvimento industrial sustentável, das trocas comerciais e da integração dos mercados regionais. A necessidade é especialmente premente nos setores que fornecem os principais meios de subsistência à maioria dos pobres do continente, por exemplo, a agroindústria e as pequenas e médias empresas.

A União Africana tem consciência da importância do desenvolvimento industrial sustentável para o futuro da África. Reconheceu que se trata de uma componente da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, sob a forma de Iniciativa para o Reforço das Capacidades Produtivas da África, lançada pelos ministros da indústria do continente e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial. Além disso, consagrará a sua cúpula de 2007 ao tema da industrialização da África.

Neste Dia da Industrialização da África, reafirmo a nossa determinação de apoiar esses esforços e de criar um futuro mais próspero para todos os Africanos.


20 de Novembro de 2004
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC

Este ano, o tema do Dia da Industrialização daÁfrica é “Reforçar a Capacidade Produtiva para Lutar contra a Pobreza no quadro da NEPAD”.

O desenvolvimento industrial sustentável pode ser uma arma poderosa contra a pobreza e a fome. Uma boa política macroeconômica e uma boa governabilidade figuram entre as condições essenciais. O mesmo se pode dizer das oportunidades de comércio para os produtos da África e o investimento, tanto interno como estrangeiro, no continente. Mas nem mesmo estas condições são suficientes, se não nos concentrarmos especificamente em libertar a energia produtiva de África.

Isso significa prestar mais atenção aos recursos humanos, assegurando uma saúde, educação e formação melhores. Significa desenvolver o setor privado da África, recompensando o espírito empresarial e estabelecendo uma ligação entre as pequenas e médias empresas e as cadeias regionais e mundiais de abastecimento e de valorização.

A Nova Iniciativa para o Desenvolvimento da África (NEPAD) reconhece a importância do setor industrial para a promoção do emprego e o aumento dos rendimentos e a sua constribuição para a estabilidade social na reconstrução em períodos pós-conflito. Em Julho passado, durante a cúpula da União Africana, foi lançada a Iniciativa para o Reforço da Capacidade Produtiva da África, como componente industrial da NEPAD. A iniciativa, que ainda está na sua fase inicial, foi concebida para aumentar a produção de produtos manufaturados e introduzir políticas que fomentem o desenvolvimento industrial sustentável.

Neste Dia da Industrialização da África, reafirmemos o nosso apoio a esta iniciativa e aos amplos esforços da África para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. O sistema das Nações Unidas, notadamente a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, continuará a desempenhar o papel que lhe compete neste domínio.


20 de Novembro de 2003
Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal

Este ano, o tema da comemoração -- "Aceleração da Integração da África na Economia Global por meio de uma Industrialização e de um Acesso aos Mercados Efetivos" -- sublinha o papel fundamental dos esforços em prol da industrialização da África na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e dos objetivos da Nova Agenda para o Desenvolvimento da África (NEPAD).

Para os países africanos, o desafio da globalização tem que ver, em grande medida, com aumentar a sua eficácia e competitividade. Isto depende, por sua vez, de um contexto propício: economias dinâmicas e estáveis, uma sólida base de exportações, fluxos de investimento regulares e, acima de tudo, estabilidade política. Embora a eficácia e a competitividade dependam, em última análise, das empresas, o papel da política econômica e industrial é crucial. Os governos podem e devem ajudar a reforçar as vantagens comparativas, criando um ambiente propício para o comércio e a indústria, melhorando, por exemplo, as infra-estruturas e as tecnologias, reduzindo o custo das transações, reforçando a governabilidade e criando uma mão-de-obra qualificada e instruída. A mobilização de competências, pessoas, tecnologias e conhecimento não é automática; exige políticas cuidadosamente delineadas e um apoio sistemático, tanto no plano nacional como no internacional.

A industrialização dá um contributo variado e inestimável para a atenuação da pobreza: aumenta a produtividade, cria emprego, reduz a exposição aos riscos, aumenta os bens geradores de riqueza dos pobres e ajuda a diversificar as exportações. O comércio internacional é um parceiro essencial da industrialização; tal como o comércio é uma fonte de crescimento industrial também este ajuda a aumentar a capacidade comercial de um país. Os países africanos precisam diversificar os seus produtos e abandonar os padrões comerciais, existentes desde há muito, que implicavam numa dependência excessiva da exportação de matérias-primas e de produtos semi-transformados, bem como das vantagens comparativas tradicionais -- as matérias-primas e a mão-de-obra não qualificada. Há todo o interesse em atribuir uma maior importância aos produtos de valor agregado e à especialização. No entanto, o acesso aos mercados é decisivo para o êxito desta abordagem. Apelo uma vez mais à eliminação dos subsídios e direitos alfandegários que impedem os países pobres de competirem em condições equitativas, no sistema de comércio internacional, e de escaparem à pobreza, graças ao comércio.

No Dia da Industrialização da África, reafirmo a determinação da família das Nações Unidas, e em especial da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, em promover energicamente a integração de África na economia global através de uma industrialização e de um acesso aos mercados efetivos.


20 de Novembro de 2002
Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal

Este ano, o tema da comemoração -- "A Industrialização da África e as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação" -- visa sublinhar a importância da revolução digital no contexto dos esforços da África para atenuar a pobreza e alcançar o desenvolvimento industrial.

África continua a enfrentar sérios obstáculos nesta esfera; entre eles figuram fragilidades em termos de recursos humanos, infra-estrutura e instituições, problemas de governo e direitos aduaneiros que não incentivam a produção de produtos transformados e limitam o seu acesso aos mercados mundiais.

Embora as tecnologias da informação e comunicação (TIC) não possam resolver todos estes problemas, podem contribuir significativamente para colocar a África numa situação melhor no plano industrial. As tecnologias da informação constituem uma parte fundamental do desenvolvimento industrial. Podem aumentar a eficácia dos sistemas de produção. E podem ligar lugares distantes, reduzindo os custos dos transportes e comunicações.

Mas não se trata apenas do conteúdo das atividades industriais em termos de informação estar a aumentar rapidamente. As TIC podem disponibilizar aos produtores africanos valiosas informações sobre oportunidades de mercado, ao mesmo tempo que aumentam a sua capacidade de comercializar os seus produtos -- por exemplo, ligando os centros industriais e comerciais africanos aos seus congêneres no resto do mundo. As TIC também podem reforçar os recursos humanos do continente, proporcionando formação que conduza a meios de subsistência sustentáveis e ensino à distância que ligue as zonas rurais longínquas, ajudando ainda a combater doenças mortíferas e debilitantes como o HIV/AIDS (VIH/SIDA), ao colocarem ao alcance das pessoas informação de caráter médico de elevada qualidade.

O desenvolvimento das TIC é uma das prioridades da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD). Os Governos africanos devem garantir que estão a se esforçar ao máximo para ajudar os seus cidadãos a aproveitarem as oportunidades que a revolução digital oferece. Os países desenvolvidos, como parceiros da NEPAD, devem apoiar tais esforços. Exorto, em particular o setor privado, a considerar atentamente as oportunidades de investimento na África, e a trabalhar com os Governos e organizações internacionais para criar condições propícias ao investimento. O sistema da ONU e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial desempenharão também o papel que lhes compete, a fim de assegurar que as TIC estejam ao serviço dos esforços do continente para alcançar o desenvolvimento industrial e da procura mais geral do progresso e da paz.

Gentileza do Centro de Informação da ONU em Portugal


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