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Este ano, não estive parado. Desde o primeiro dia em que assumi as minhas funções, viajei e procurei levar os dirigentes mundiais e os responsáveis das Nações Unidas a avançar em quatro frentes essenciais:
Reforma da ONU: Precisamos de mudar a cultura das Nações Unidas e recriar a Organização, para que seja capaz de viver no mundo moderno onde tudo muda rapidamente. Temos de avançar de uma forma mais rápida e eficaz perante os problemas mundiais, no contexto dos três pilares do trabalho da ONU: paz e segurança, desenvolvimento económico e social e direitos humanos. Como uma equipa de uma só ONU, precisamos de ter mais mobilidade e flexibilidade. E temos de respeitar as mais elevadas normas de ética, transparência e responsabilização.
A fim de estarmos à altura das expectativas do mundo e das crescentes exigências que nos são impostas, propus-me reorganizar departamentos vitais. Começámos pelo Departamento de Operações de Manutenção da Paz, cujo desempenho e eficiência melhorámos, dividindo-o em dois departamentos separados: o operacional e o logístico. Agora, a nossa atenção incidirá sobre o Departamento de Assuntos Políticos, para que se torne mais dinâmico na abordagem das crises mundiais, especialmente no campo da diplomacia preventiva.
Dei especial importância à ética e estabeleci os mais elevados padrões em matéria de prestação de informações e de transparência. Procedemos à harmonização das políticas sobre questões de ética no Secretariado bem como nos Fundos e Programas. A Equipa Especial de Aquisições prossegue o seu trabalho decisivo. No próximo ano, tentaremos dar-lhe um carácter permanente e conferir-lhe plena independência no domínio da investigação.
Alterações climáticas: Fiz da luta contra o aquecimento global a minha grande prioridade, chamando a atenção do mundo para era questão que define o nosso tempo. Mais de 80 Chefes de Estado e de Governo vieram assistir ao Encontro de Alto Nível da ONU sobre Alterações Climáticas, em Nova Iorque. Também me desloquei à Antárctida, à Amazónia, aos Andes, ao lago Chade e ao Grande Rio Artificial na Líbia, para dar destaque à dimensão do problema. Lancei o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas, que granjeou à ONU mais um Prémio Nobel. Esforcei-me por mobilizar a opinião pública mundial e a vontade política, no período que precedeu a importantíssima conferência de Bali sobre alterações climáticas, na qual os dirigentes mundiais deram um primeiro passo fundamental em direcção à consecução de um acordo global sobre alterações climáticas até 2009. Foi a maior realização do ano.
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)/ Direitos Humanos: Estamos a meio de uma grande campanha destinada a acabar com a pobreza no planeta. Centrei a atenção nos progressos alcançados e apontei as esferas em que precisamos de intensificar esforços. Criei o Grupo Directivo para a Realização dos ODM em África, encarregado de resolver os problemas especiais de África, onde vive o milhar de milhão de pessoas mais pobres do mundo que o crescimento económico do planeta foi, em grande medida, deixando para trás. Durante o próximo ano, empenhar-me-ei particularmente no reforço das Nações Unidas na esfera do desenvolvimento. O progresso económico e social dos mais pobres dentre os pobres do mundo deveria ser considerado um direito humano inato. Nomeei um Conselheiro para a Prevenção do Genocídio e de Atrocidades Maciças a tempo inteiro e lancei uma campanha de sensibilização para o 60º. Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Geopolítica e Segurança: Visitei meia dúzia de missões de manutenção da paz da ONU, desde a MONUC na República Democrática do Congo à MINUSTAH no Haiti. A criação do Tribunal Especial para o Líbano está bem encaminhada e estamos a ajudar os dirigentes do país a resolver a crise constitucional. A ONU alargou o seu papel no Iraque e respondeu com eficácia a catástrofes humanitárias no Bangladeche, Congo, Sudão e Territórios palestinianos ocupados.
No Oriente Médio, desenvolvi esforços nos bastidores para ajudar a lançar as recentes conversações de paz de Anápolis, em especial para convencer os líderes regionais a estarem presentes na mesma. Prosseguirei esses esforços no seio do Quarteto.
Nenhuma questão geopolítica me ocupou mais tempo do que o Darfur. Há um ano, não havia qualquer movimento rumo à paz no Darfur. Actualmente, estão em curso conversações de paz em Sirte e está prestes a ser enviada para o terreno uma força de manutenção da paz ONU-UA. No próximo ano, o desafio consiste em continuar a trabalhar permanentemente com o Governo do Sudão, os movimentos rebeldes, os representantes da sociedade civil e os líderes regionais, bem como com o Conselho de Segurança e a comunidade internacional, a fim de garantir o êxito final das conversações e da missão militar.
O ano em números: Percorri 200 000 quilómetros no decurso de 57 visitas oficiais a mais de 120 cidades e sítios de 39 países ou territórios de 6 continentes. Tive mais de 300 encontros bilaterais (dos quais mais de 130 se realizaram durante a Assembléia Geral). No total, passei 132 dias a viajar.
MENSAGEM
DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU
KOFI ANNAN
MENSAGEM DE ANO NOVO - 2006
31 de Dezembro de 2006
UN-WEBCAST
MENSAGEM
DE ANO NOVO - 2005
30 de Dezembro de 2004
Fonte:
Centro Regional de Informação das Nações Unidas
- RUNIC
Se 2003 foi um ano marcado por uma produnda divisão e 2004 foi um tempo de séria reflexão, 2005 deve ser um ano de ação ousada. É possível alcançar progressos fundamentais e históricos. Há muito a fazer. Não subestimo as dificuldades, mas temos de conseguir. Juntos, podemos e devemos construir um mundo mais seguro, mas próspero e mais justo !!!
Bruxelas - 17/Dezembro/2004
MENSAGEM
DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU
KOFI ANNAN
PARA OS EVENTOS ORGANIZADOS EM SINAL DE SOLIDARIEDADE
COM AS VÍTIMAS DO TSUNAMI QUE ATINGIU A ÁSIA
Janeiro de 2005
Fonte:
Centro Regional de Informação das Nações Unidas
- RUNIC
Caros Amigos:
A catástrofe causada pelo tsunami de 26 de Dezembro calou fundo no coração da humanidade. Ocorreu num período muito especial, perto do começo do novo ano, que deveria ser um tempo de esperança.
Em vez disso, as pessoas foram atingidas por uma calamidade tão violenta e fulminante e se estendeu a uma zona tão vasta, que ainda hoje temos dificuldade em apreender o que se passou. Foi, de fato, uma calamidade que marcou profundamente o espírito e a consciência dos povos do mundo inteiro.
Neste momento, todos nós -- os países do Norte e do Sul, do Oriente e do Ocidente, os governos e os cidadãos, os órgãos de comunicação social, as forças armadas, as organizações não governamentais e as instituições internacionais - devemos formar uma frente comum.
Este é o momento de chorar os mortos e de apresentar as nossas condolências aos seus familiares e amigos próximos.
É o momento de ajudar os que procuram ainda membros da sua família, de ajudar os sobreviventes, em especial os que são pobres, de auxiliar os milhões de pessoas que ainda estão em perigo, em toda a região.
É o momento de mostrar que, quando uma catástrofe se abate sobre ela, a humanidade é capaz de se unir para ajudar e proteger os seus.
A ajuda já chegou, proveniente de todo o mundo.
Agora, é essencial que todos os membros da comunidade internacional unam os seus esforços para que o socorro chegue às vítimas o mais rapidamente possível.
E é indispensável que esses esforços sejam desenvolvidos a longo prazo, pois os efeitos da tragédia far-se-ão sentir durante muito tempo.
Exorto-vos a dar provas de generosidade.
Juntos, iremos reconstruir as vidas das comunidades devastadas por esta tragédia.
Juntos, iremos transmitir uma mensagem de esperança.
MENSAGEM
DE ANO NOVO - 2004
30 de Dezembro de 2003
Fonte: Centro
de Informação das Nações Unidas em Portugal
Queridos Povos das Nações Unidas,
A vossa Organização, que tenho a honra de servir, acaba de passar por um dos anos mais difíceis da sua história. Assistimos à guerra no Iraque e a uma profunda divisão entre as nações, em torno de assuntos graves relacionados com a guerra e a paz. A 19 de Agosto, num atentado contra a nossa sede em Bagdá, perdemos alguns dos nossos melhores e mais queridos colegas.
Estes acontecimentos desviaram a atenção dos dirigentes mundiais de outras ameaças, ameaças essas que, para a maioria das pessoas, são mais imediatas e mais reais.
Refiro-me às ameaças da pobreza extrema e da fome, da água insalubre, da degradação do ambiente e das doenças endêmicas ou infecciosas.
Estes perigos ameaçam grandes partes do nosso planeta. Matam milhões e milhões de pessoas, todos os anos. Destróem sociedades. Alimentam a divisão e o desespero.
Depois de um ano marcado pela guerra e pela divisão, chegou o momento de canalizarmos mais energia para a saúde e o bem-estar das pessoas.
Chegou o momento de assegurarmos que os países pobres tenham uma oportunidade real de se desenvolverem. E chegou o momento de tomar medidas decisivas para salvar os recursos do planeta. Sim, temos de combater o terrorismo. Sim, devemos evitar a difusão de armas letais. Mas também temos de dizer sim ao desenvolvimento. Levemos a esperança à vida daqueles que sofrem.
Sem desenvolvimento e esperança, não haverá paz.
Há pouco mais de três anos, na Cúpula do Milênio, os dirigentes de todas as nações comprometeram-se a dar essa esperança. Fixaram metas precisas, a alcançar dentro de prazos definidos -- os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
A consecução desses Objetivos custaria apenas uma parte daquilo que o mundo gasta em armas de guerra. No entanto, levaria a esperança a bilhões de seres humanos e garantiria mais segurança a todos nós. Mas, em 2003, não estivemos à altura dessas promessas. Deixamo-nos arrastar pela maré da guerra e da divisão.
O ano de 2004 tem de ser diferente. Tem de ser o ano em que começamos a fazer virar a maré. Podemos fazer virar a maré contra o HIV/AIDS, se agirmos de acordo com a iniciativa da Organização Mundial de Saúde que visa conseguir que três milhões de pessoas recebam tratamento anti-retroviral até 2005.
É uma meta ambiciosa, mas susceptível de ser alcançada, se os país ricos, os países pobres e afetados pela doença, os governos, a sociedade civil, o setor privado e o sistema das Nações Unidas se esforçarem todos por isso e se o Fundo Mundial de Luta contra a AIDS/SIDA, a Tuberculoses e a Malária for devidamente financiado.
Podemos virar a maré contra a fome, se trabalharmos juntos para que as pessoas que passam fome em todo o mundo tenham acesso aos alimentos que existem e para ajudar a África a produzir mais alimentos, como precisa.
E podemos virar a maré ao nível do comércio mundial, se os governos cumprirem o que prometeram e fizerem do novo ciclo de negociações sobre comércio um verdadeiro ciclo de negociações a favor do desenvolvimento.
Não precisamos de mais promessas.
Precisamos começar a cumprir as promessas que fizemos.
Que seja isso o que todos nos proponhamos fazer no Ano Novo. Desejo-vos um Ano Novo muito feliz.
Gentileza do Centro de Informação da ONU em Portugal
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