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EÇA DE QUEIRÓS
(*25/11/1845 16/08/1900)
RESUMO BIOGRÁFICO:
Diplomata e escritor muito apreciado em todo o mundo e considerado um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos, Eça de Queirós nasceu José Maria Eça de Queirós, em Póvoa de Varzim-Portugal, no dia 25 de Novembro de 1845. Seu nome muitas vezes tem sido, de forma equivocada, grafado como "Eça de Queiroz".
Eça de Queirós morreu em Paris-França, no dia 16 de Agosto de 1900 (Funeral em Lisboa - 17 de Agosto)
Era filho do Dr. José Maria Teixeira de Queirós, juiz do Supremo Tribunal de Justiça, e de sua mulher, D. Carolina de Eça. Depois de ter estudado nalguns colégios do Porto matriculou-se na faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, completando a sua formatura em 1866. Foi depois para Leiria redigir um jornal político, mas não tardou que viesse para Lisboa, onde residia seu pai, e em 1867 estabeleceu-se como advogado, profissão que exerceu algum tempo, mas que abandonou pouco depois, por não lhe parecer que pudesse alcançar um futuro lisonjeiro. Era amigo íntimo de Antero de Quental, com quem viveu fraternalmente, e com ele e outros formou uma ligação seleta e verdadeira agremiação literária para controvérsias humorísticas e instrutivas. Nessas assembléias entraram Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Salomão Saraga e Lobo de Moura.
Estabeleceram-se então, em 1871, as notáveis Conferências Democráticas no Casino Lisbonense (V. Conferência), e Eça de Queirós, na que lhe competiu, discursou acerca do "O Realismo como nova Expressão de Arte", em que obteve ruidoso triunfo. Decidindo-se a seguir a carreira diplomática, foi a um concurso em 21 de Julho de 1870, sagrando-se o primeiro colocado e, em 1872, obteve a nomeação de cônsul geral de Havana, para onde partiu. Permaneceu poucos anos em Cuba, no meio das terríveis repressões do governo espanhol.
Em
1874 foi transferido para Newcastle; em 1876 para Bristol e, finalmente em
1888, para Paris, onde veio a falecer. Eça de Queirós era casado
com a Sr.ª D. Emília de Castro Pamplona,
irmã do conde de Resende. Colaborou na Gazeta de Portugal, Revolução
de Setembro, Renascença, Diário Ilustrado, Diário de
Notícias, Ocidente, Correspondência de Portugal, e em outras
publicações.
Para o Diário de Notícias escreveu especialmente o conto 'Singularidades duma Rapariga Loura' (1873), publicada como 'livre brinde' aos assinantes do jornal, em 1874, e a descrição das festas da abertura do canal do Suez, a que ele assistiu em 1870, publicada com o título 'De Port Said a Suez', no referido jornal, folhetim de 18 a 21 de Janeiro do mesmo ano de 1870. Na Gazeta de Portugal, de 13 de Outubro de 1867, publicou um folhetim com o título 'Lisboa', seguindo-se as 'Memórias de uma Freira' e 'O Milhafre'; em 29 de Agosto de 1869, o soneto 'Serenata de Satã às Estrellas'.
Fundou a Revista Portugal com a colaboração dos principais e mais célebres homens de letras do seu tempo. Saíram desta revista 24 números, que formam 4 tomos de 6 números cada um. Para este jornal é que escreveu as 'Cartas de Fradique Mendes'. Na Revista Moderna publicou o romance 'A Ilustre Casa de Ramires'.
Bibliografia:
- 'A Morte de Jesus', no folhetim Revolução de Setembro
(12, 13, 14, 27 e 28 de Abril, e 11 de Maio de 1870);
- 'O Mistério da Estrada de Sintra' (1870), em colaboração
com Ramalho Ortigão, publicadas em 1871, no Diário de Notícias,
e depois na coleção da Parceria Pereira, de que se tem feito
várias edições;
- O Crime do Padre Amaro (1876 - 2ª versão), primeira em 15/Fev/1875;
- O Primo Basílio (1878);
- O Mandarim (1880), publicado no Diário de Portugal;
- Outro Amável Milagre (1885), in AAVV, Um Feixe de Penas, Lisboa,
Tipografia de Castro & Irmão;
- Festa de crianças (1885), in AAVV, Beja-Creche, Coimbra, Imprensa
da Universidade;
- A Relíquia, Porto (1887), Livraria Internacional de Ernesto Chardron,
de Lugan e Genelioux, Sucessores;
- Os Maias - 2Vols. (1888), Porto, Livraria Internacional de Ernesto Chardron,
de Lugan e Genelioux, Sucessores;
- Fraternidade (1890), in AAVV, Anátema, Coimbra, Gaillaud, Aillaud
& C.ª;
- 'As Farpas' (1890/91), crônica mensal da política, das letras
e dos costumes, por Eça de Queirós e Ramalho Ortigão,
iniciada em Maio de 1871- Uma Campanha Alegre - de As Farpas (2vols - 1890/91),
Lisboa, Companhia Nacional Editora;
- As Minas de Salomão (trad.) (1891), de Rider Haggard, Porto, Livraria
Internacional de Ernesto Chardron, de Lugan e Genelioux, Sucessores;
- Almanaques (prefácio - 1895), in Almanaque Enciclopédico para
1896, Lisboa, Livraria A. M. Pereira;
- Um Génio que era um Santo (1896), in AAVV, In Memoriam de Antero
de Quental, Porto, Mathieu Lugan;
- A Duse (1898), in AAVV A Duse, Lisboa, Tipografia da Companhia Nacional
Editora;
- A Correspondência de Fradique Mendes (1900) - em 1889 na Revista de
Portugal;
- A Ilustre Casa de Ramires (1900);
- A Cidade e as Serras (1900);
- Episódios da Vida Romântica, em 2 tomos;
- Eusébio Macário;
As obras de Eça de Queirós, na
maior parte, têm tido diversas edições, tanto em Lisboa
como no Porto. Colaborou no livro 'In Memoriam',
em homenagem a Antero de Quental. São de Eça de Queirós
os interessantes prólogos dos Almanachs Encyclopedicos
de 1896 e 1897, por ele dirigidos e publicados pelo falecido editor António
Maria Pereira. Eça de Queirós, quando faleceu, estava trabalhando
em romances inspirados nas lendas de S. Cristóvão e de S. Frei
Gil, o celebrado bruxo português. Devido à iniciativa de amigos
dedicados do falecido escritor, elevou-se uma estátua em mármore
para perpetuar a sua memória, a qual está situada no Largo
de Quintela. É uma verdadeira obra artística do escultor
Teixeira Lopes. Figura Eça de Queirós
curvado sobre a Verdade, lendo-se no pedaço de mármore
tosco, que serve de pedestal à Estátua da Verdade, estas palavras,
que foram ali esculpidas. «Sobre a nudez forte
da Verdade, o manto diáfano
da fantasia».
A inauguração realizou-se no dia 9 de Novembro de1903, discursando
os Srs. Conde de Arnoso e de Ávila, Ramalho Ortigão, Dr. Luís
de Magalhães, Aníbal Soares e Antônio Cândido; o
ator Ferreira da Silva recitou uma poesia do Sr. Alberto de Oliveira, falando
por último o Sr. Conde de Resende, cunhado de Eça de Queirós,
agradecendo muito comovido, em nome da família do falecido escritor,
a homenagem prestada à sua memória.
Transcrito por Manuel Amaral
Informações
Adicionais (click):
1. Biblioteca
Nacional de Portugal
2. Fundação Eça
de Queirós
3. Enciclopédia
WikiPedia
4. Instituto
Camões
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