PENSAMENTO DO DIA
PENSAMENTOS e FILOSOFIA

SETEMBRO de 2006


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01/Setembro/2006:

“ A ILHA DA FANTASIA CHAMADA BRASIL”
- ... o sonho com o qual os candidatos do PT e do PSDB tentam iludir os incautos ... -

Me detenho a observar, por alguns minutos, a propaganda eleitoral televisiva dos candidatos à presidência da República do Brasil... e tem início a hora e a vez do PSDB, que antigamente, nos idos dos saudosos Mário Covas e Franco Montoro, já refletiu a esperança de termos uma social democracia neste país... E o atual candidato, ex-Governador por quase OITO anos, demonstrando uma pobreza imensa na criatividade de sua assessoria, repete as propagandas passadas - até parecem ser as mesmas -, mostrando estradas, hospitais e escolas, aparecendo junto ao povo pobre e trabalhador, humilde e ignorante, que tudo faz para ser coadjuvante numa propaganda transmitida pela TV... e apresenta feitos incríveis... em todas as áreas: na Segurança Pública (hic), na Saúde, na Educação (hic hic), nos Transportes, na Economia, nos Impostos...
um verdadeiro Super-Homem ... senão até mais competente e 'preparado' ...!!!

Esquecendo a falta de criatividade, que maravilha poder viver num estado tão bem administrado, onde as pessoas nem mesmo precisam de cercas nas suas casas, tão seguras se sentem, onde existe o PLENO EMPREGO e onde todos são tão bem tratados pela saúde pública, pelo transporte público, pelos serviços públicos de modo geral... Na educação então, nem se fala, ter UMA HORA A MAIS de aula deixou todos os professores e alunos MARAVILHADOS..., eles adoram, mormente no período da tarde, poder sair já à noite das aulas e caminharem até as suas casas..., pelas nossas tranqüilas e bem iluminadas ruas e avenidas (sic...)..., e com o fabuloso Escola da Família então..., nem mais reconhecemos os nossos filhos e filhas, tão 'cultos' se tornaram: ... aprendem inglês, espanhol e alemão... talvez até japonês..., cantam e dançam como artistas famosos, ou praticam esportes como campeões..., um verdadeiro espetáculo !!!... E as famílias, então, que desfrutam hoje de todo o lazer proporcionado pela 'magnífica estrutura' de atendimento que foi implantada nas escolas públicas... e dos monitores bolsistas... (das Unips e etc...) !!! Os professores e diretores, então, como estão contentes e motivados... Também, o salário deve ser de 'primeiro mundo'... Isso e que é vida boa...!!!

Após o minguado tempo dedicado aos demais candidatos - coadjuvantes... -, para fechar com 'chave de ouro', tem início a superprodução petista... aquele mesmo partido, que outrora foi 'dos trabalhadores'... mas que, a exemplo do PSDB também traiu os seus nobres ideais e a esperança do povo, mostrando sua verdadeira legenda: a de partido dos traidores... e outras coisas mais... Mas, na TV, tudo muda !!! Ao contrário do PSDB, o que o povo vê é mesmo uma superprodução, digna de um OSCAR da Academia... onde nenhum detalhe é esquecido, desde o magnífico e moderno 'pano de fundo' até a presença de locutores, representantes "politicamente corretos" das três raças - o negro, o vermelho e o branco... ops!!!... esqueceram o amarelo...-, locutores esses que, com extrema maestria, demonstrando que com DUDA ou sem DUDA o PT esbanja e dá aulas em termos do uso da telinha, devolvem o 'orgulho' ao sofrido povo brasileiro, nas asas de um magnífico AVIÃO levantando vôo... da auto-suficiência na produção de petróleo pela Petrobrás, e das fantásticas obras que 'prepararam' o país para não mais ser do futuro... mas do presente, para não mais estar entre os subdesenvolvidos, mas sim 'par a par' com os ricos e poderosos... o Brasil como uma verdadeira potência, em qualquer área, seja na segurança, na saúde, até na 'TECNOLOGIA' com a TV digital (mas esta não é japonesa ??? Pasmem todos os pensantes... mas estes são poucos...), na educação, enfim, uma verdadeira aula sobre a 'competência petista' - sem nenhum dos corruptos... -, demonstrada pelos 'grandes feitos' desses últimos quatro anos... e que pretende continuar, PARA O BEM DO BRASIL, é lógico!!!

Prezados amigos e amigas, como é, deveras fascinante, viver num país tão bem administrado, por gente tão competente, honesta e trabalhadora..., que fez com que o bom e velho emprego ressurgisse das cinzas, com que a saúde nunca tenha estado tão bem (hic... hic...), vide o atendimento nos hospitais públicos e no maravilhoso INSS... que a educação, visto as DUAS HORAS A MAIS DE AULA... ou o ANO ADICIONAL..., esteja formando verdadeiros gênios, nas mais diversas disciplinas, MORMENTE NA MATEMÁTICA, haja visto a 'TREMENDA...' classificação que os brasileiros obtiveram no concurso internacional... um honroso... lugar... (dizem que a ordem dos fatores não altera o produto, portanto, se iniciarmos contando do final da fila... deve estar tudo bem...) !!! E a bolsa família, então, este um VERDADEIRO ACHADO... de verdadeiros administradores, com 'muita... e põe muita nisso... VISÃO'..., pois esse dinheiro garante o direito à vida (hicc... compra de consciência não... hic...) de todos os brasileiros, mesmo os mais pobres...
Segundo essa visão, lógico que este país é, de longe, o MELHOR PAÍS DO MUNDO !!!...

Saibam todos que, até mesmo eu, que me considero razoavelmente inteligente e um livre-pensador entusiasta, por alguns segundos me deixei levar por esta belíssima mensagem, 'sonhando acordado' ao som da música do MEU CANDIDATO nas eleições de 2002..., aquele mesmo em que eu, assim como outros milhões de brasileiros e brasileiras tanto confiamos:... o 'Lullinha Paz e Amor', como ele se referia a si próprio na época... e cujos discursos de posse mantenho publicados neste portal durante todo esse tempo, como importante documento-referência (CLICK AQUI), a que todos podemos recorrer para avaliar as diferenças entre o prometido e o efetuado...!!!

Todavia, Graças a Deus, meu anjinho da guarda, ou espírito familiar, ou protetor amigo... ou qualquer outro nome que o queiram..., me despertou em tempo desse devaneio 'viciante', um assédio digno das mais audazes técnicas de condicionamento mental massificado já utilizadas pelo mundo civilizado - talvez somente Hitler e Stalin tenham sido tão competentes -, onde a realidade nua e crua é distorcida e substituída por mentiras aceitáveis..., colocadas de tal forma que a mente incauta acaba comprando o 'gato por lebre'..., ficando inerte e sem argumentos contra o verdadeiro espetáculo pirotécnico apresentado...

Mas como é que podemos argumentar contra tantos fatos... como é que podemos saber quando se trata da VERDADE ou da MENTIRA ??? E isso se não entendemos a complexidade de um governo, seja ele estadual ou federal, em suas mais intrincadas facetas... Como pode o povo simples e ordeiro - às vezes até um pouco ignorante -, deste país maravilhoso chamado BRASIL saber se está ou não sendo enganado por mentes inescrupulosas ???

SIMPLES... SIMPLÉRRIMO !!!

Sempre que tenhamos qualquer dúvida em nossas vidas, qualquer que seja a área ou assunto, basta voltarmos os nossos olhos e ouvidos para aquele inolvidável ser, o Mestre da Sabedoria e da Sensibilidade, que aqui esteve para nos mostrar o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA... e que foi categórico: ninguém vai ao Pai senão por Mim !!! Ainda mais, nos ensiou que a árvore BOA somente dá BONS FRUTOS... e que a árvore MÁ somente MAUS FRUTOS... e que esta última deve ser CORTADA e lançada ao FOGO... e que embora tenha sido muito complacente com vários pecados, NUNCA aceitou MENTIROSOS e HIPÓCRITAS, os quais sempre afrontou, pôs a descoberto e combateu...

Mas o que isso tem a ver com o assunto em questão ??? Analisemos, não a Ilha da Fantasia que os candidatos, tanto do PSDB como do PT, tentam nos vender em suas propagandas, mas a NOSSA REALIDADE, nua e crua..., a nossa vida e a qualidade dos serviços públicos que recebemos, como clientes-pagadores de impostos, tentando responder à perguntas simples:

1- Sobre o EMPREGO: Será que temos mesmo um bom emprego, através do qual podemos viver dignamente, onde temos segurança e perspectivas de realizar os nossos sonhos, quer seja de um carro novo ou de uma casa nova, das sonhadas férias ao final de cada ano e de conseguir, ao final de uma vida de TRABALHO HONESTO E DIGNO um boa aposentadoria, que nos dê o conforto e a paz que todos os seres humanos almejam na terceira idade ??? Será que nossos filhos e filhas têm boas perspectivas de arrumar trabalho, não importando a área de sua predileção ou qualificação, que mesmo que humilde possa lhes dar uma vida digna e feliz ?

2- Sobre a SEGURANÇA: vivemos num bairro, numa cidade, num estado ou num país seguros ? Podemos sair tranqüilamente pelas ruas, sem sobressaltos a cada sinal ou a cada pessoa que nos aborda ? Nossos filhos podem sair livremente, aproveitando ao máximo a sua infância, adolescência ou juventude, seja nos clubes, nos esportes, nos estudos ou no trabalho, sem que precisemos nos preocupar com sua segurança, além daquelas necessárias preocupações de todos os bons pais e mães ?

3- Sobre a SAÚDE: somos bem atendidos quando temos que nos dirigir a um pronto-socorro, hospital ou a uma consulta, utilizando-nos da estrutura de saúde pública vigente ? Podemos confiar numa operação em hospital público ou numa simples receita de um médico público, ou mesmo no nosso convênio, que pagamos a tantos tempo ? Como somos tratados nesses lugares, com civilidade e respeito ou como gado ?

4- Sobre a EDUCAÇÃO: temos plena confiança em que nossos filhos e filhas, utilizando-se da educação pública, seja ela municipal, estadual ou federal - em primeiro e segundo graus -, estejam sendo preparados, adequadamente, para competirem em igualdade com os egressos do ensino particular, quando dos exames vestibulares para as melhores universidades ? Este fato é fundamental para que possam sonhar com uma vida melhor, e isso deve ser conseguido por seus próprios méritos e inteligência, sem terem que recorrer a qualquer tipo de embustes, tais como as famigeradas cotas para pobres, para índios ou para negros, uma completa distorção que está sendo vendida como solução..., quando nem de leve toca a causa, nem mesmo resolve coisa alguma nos efeitos... criando, em adição, a aberração de uma subcategoria de cidadãos jovens..., de segundo nível... até mesmo auto-discriminada...

Ainda sobre educação, quero aqui tecer mais alguns comentários: os candidatos estão vendendo UMA hora ou DUAS horas a mais, ou UM ANO A MAIS no ensino fundamental e de segundo-grau como se fosse a nova descoberta da América... Nem um minuto pararam para pensar em como pensam e como sentem as crianças que estão sendo submetidas a essa carga adicional... talvez nunca tenham sido meninos ou meninas em suas vidas... acho que nunca brincaram na areia... já nasceram grandes... e burros... e ainda defendem a Escola em Tempo Integral - ou depósito de crianças -, como se fosse solução... Infelizmente, caros leitores,
a verdadeira EDUCAÇÃO NÃO SE MEDE PELA QUANTIDADE, MAS PELA QUALIDADE !!!...

Pouquíssimas escolas brasileiras têm o mínimo da infra-estrutura necessária a uma Escola de Tempo Integral - ginásios, piscinas, teatros, alojamentos, banheiros adequados e tantos outros...-, mas isso é um 'mero detalhe'... Todos os que tiveram o privilégio de estudar no sistema antigo de ensino, assim como eu - onde haviam NOTAS de zero a dez, disciplina, respeito aos professores, diretores e colegas, onde qualquer criança saía do Grupo Escolar sabendo ler e escrever no idioma pátrio, assim como as quatro operações da aritmética e a tabuada, de cor e salteado... ou não saía até aprender...-, sabem muito bem do que é que a educação brasileira realmente precisa: VERGONHA-NA-CARA !!!... , porque a DISCIPLINA É IRMÃ INSEPARÁVEL DA EDUCAÇÃO..., e se assim procedermos poderemos voltar à carga horária de quatro horas... com férias de UM MÊS em Julho e de DOIS meses no final do ano... sem nenhum problema, porque ninguém é de ferro... e estudar - de verdade - cansa e muito e esgota, tanto aos alunos como aos professores !!!

Outro dia estive discutindo com um candidato a deputado federal por São Paulo... e ele me dizia que a Escola em Tempo Integral é extremamente necessária para tirar os jovens das ruas... e do crime... Vejam bem... os criminosos podem permanecer nas ruas, sem qualquer problema... porque somos incapazes de os retirar... portanto, uma solução simples se apresenta para esse problema: vamos PRENDER AS NOSSAS CRIANÇAS... , aliás, assim como já estamos presos em nossas casas, cheias de grades, cercas elétricas e tudo o mais... As escolas públicas 'modernas', na sua maioria, dão nojo a qualquer um, porque mais se parecem PRESÍDIOS do que ESCOLAS... Afinal, é muito mais fácil prender as crianças nessas escolas horríveis do que educá-las... e PRENDER OS VERDADEIROS CRIMINOSOS... que permanecem à espreita nas suas cercanias...

Uma raça de víboras e hipócritas, esses novos fariseus da política brasileira, contra quem devemos nos insurgir com a máxima urgência, se é que pretendemos salvar este país...

Concluindo, pois esse artigo já ficou muito mais longo do que eu próprio gostaria..., se você respondeu acertivamente a todas as quatro perguntas formuladas, PARABÉNS, você deve mesmo votar em qualquer um dos dois candidatos que aparecem nos primeiros lugares das "pesquisas" - pesquisas que para mim carecem de qualquer credibilidade, a exemplo do Referendo do Desarmamento, quando apontavam 90% de SIM... e as urnas demonstraram que o SIM não ganhou em nem um estado sequer... SIC... -, e vote de acordo com seu gosto particular, porque para o Brasil, tanto faz LULA ou ALCKMIN !!!

Agora, se a sua resposta foi um sonoro NÃO às perguntas, ou a parte delas, NÃO SE ENGANE, deixe de ser POCOTÓ, pois você não é o ASNO DE QUATRO PATAS que esses senhores acreditam que seja... você é um ser humano, que possuí inteligência, e as suas opções são outras..., estão entre aqueles que quase não têm tempo para falar, pois eles ainda não estiveram no poder, não foram testados !

Lógico que também podem estar mentindo, até acintosamente, mas somente o descobriremos quando dermos a eles a oportunidade de governar... assim como o fizemos e nos decepcionamos com o Collor, com o FHC, com o ALCKMIN e com o LULA... Afinal, uma grande maneira de conhecermos o verdadeiro caráter de uma pessoa -que tipo de árvore ela é-, é dando-lhe, ou dinheiro adiantado ou PODER...
Aí sim, ela vai nos mostrar de que barro realmente é feita !!! ”

( Eng. Celio Franco - 'Biografia' - 1959/**** )
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- Desde que citada a fonte e mantido como está, esse texto pode ser livremente republicado -

A SUA OPINIÃO:

01/09/2006
Parabéns!
Sem qualquer ponta de inveja, digo que gostaria de ter sido o redator desse texto, tão primoroso.
Mas de nada adianta porque os verdadeiros canalhas estão soltos...

Aos 16 anos tive a oportunidade de ler em um livro cujo título ou autor não me vêm à memória, mas que trata o seguinte: "Se queres ofender um homem de bem, chame-o de politico".

Lembro-me também de um pensamento de Rui Barbosa, que diz: "De tanto ver triunfar a NULIDADE, de tanto ver prosperar a DESONRA, de tanto ver crescer a INJUSTIÇA, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos DOS MAUS, o homem chega a RIR-SE da honra, DESANIMAR-SE da justiça e TER VERGONHA de ser honesto".

Isto foi escrito em 1917 ! Mas se analisarmos o final, podemos dizer que hoje, o "homem não tem mais vergonha de ser honesto, tendo passado a ter orgulho de ser DESONESTO !!!

Deus o ilumine e proteja.

Alves da Silva - Cruzeiro-SP.

04/Setembro/2006:

“ CONSTITUINTE - GOLPE BAIXO ”
- ... a implantação de um governo tipo Chavez, Morales, ou mesmo Fidel ... -

LULA acaba de lançar a idéia de convocação de uma CONSTITUINTE, em 2007, para fazer a Reforma Política. Agora, caiu a máscara. O GRUPO GUARARAPES já previa, há mais de um ano, que essa idéia poderia ser desenvolvida como um golpe de Lula. A possível e desgraçada vitória de LULA, que não irá acontecer, não seria, nada mais nada menos, do que a implantação de um governo tipo CHAVEZ, MORALES ou mesmo FIDEL.. Seria a implantação de uma DITADURA DO EXECUTIVO NO BRASIL, com a criação de uma CONSTITUINTE, dando a impressão de legalidade, com todo o Poder nas mãos do EXECUTIVO, com o LEGISLATIVO a reboque, os parlamentares dominados, inclusive pelo dinheiro que os compraria.

Veja como as coisas estão acontecendo e se encaixando na mesa do PODER POLÍTICO, buscando esse objetivo dantesco:

- CHAVEZ E MORALES fizeram as tais CONSTITUINTES, certamente por injunções de FIDEL. O primeiro dominou o Congresso e o segundo perdeu por pequena minoria, mas vai consegui-lo;

- na VENEZUELA e BOLÍVIA eles, os EXECUTIVOS, dominam o Judiciário;

- a aproximação do atual governo brasileiro com CHAVEZ, EVO MORALES, FIDEL e os governos de esquerda da Argentina e Uruguai, são um claro sinal para nossas preocupações;

- o namoro do governo brasileiro com as FARC e o EXÉRCITO DE LIBERTAÇÃO NACIONAL (ELN);

- a presença do apedeuta Presidente na posse dos Presidentes de esquerda e o não comparecimento à posse do Presidente da Colômbia, minimizando a cerimônia, não mandando autoridade do Governo, mas fazendo-se representar por sua esposa, a ítalo-brasileira Marisa Letícia;

- a não condenação veemente, pelo presidente, quando da invasão e quebra-quebra na Câmara dos Deputados, por elementos dirigidos pelo desordeiro, comunista e seu amigo Bruno Maranhão. Pelo contrário, Lula interferiu para que todos os presos fossem libertados, sendo o processo praticamente encerrado, de vez que grande maioria é de destino ignorado, pois são arruaceiros acampados ilegalmente;

- a participação e cobertura do governo nos crimes de corrupção, criando todas as dificuldades possíveis nas diversas CPI no Congresso Nacional, cuja competência pretende reduzir a um mínimo na tal Constituinte;

- a participação ativa de colombianos guerrilheiros, no território nacional, dando aulas, palestras e sem a mínima fiscalização por parte do poder público, e com o apoio do MST, PC do B, PSTU além de sindicatos e ONGs;

- a Palestra de STÉDILE na Escola Superior de Guerra, defendendo a reforma agrária pela violência, com apoio e concordância do comandante da Escola e um total desrespeito à Lei.

Estão, solertemente, preparando o terreno para a CONSTITUINTE, provável trampolim para o regime socialista que idealizam e defendem.

O pior é que estão procurando engabelar a OAB, atrás do seu apoio. Procuram inocentes úteis – os primeiros a serem sacrificados, pois os arregimentados não merecerão confiança.

Pior ainda, é que haverá gente que distribuirá dinheiro para as campanhas – da reeleição e da “Constituinte”.

INFELIZ do PAÍS em que muitos dos seus homens públicos não defendem a DEMOCRACIA, e colocam os seus INTERESSES PESSOAIS acima dos da PÁTRIA. E outros se deixam enganar...

O GRUPO GUARARAPES não precisa citar nomes. Lembra os que participaram do MENSALÃO – VALERIODUTO – VAMPIROS – BINGO – SANGUESSUGA - INVASÃO DO CONGRESSO – DÓLAR NA CUECA – DÓLAR NO EXTERIOR – DÓLAR DE CUBA (veja se o seu candidato não está entre eles aqui, no Projeto Transparência BRASIL).

NÃO À CONSTITUINTE. NÃO À REELEIÇÃO !!!

( Gal. Torres de Melo - 'Grupo Guararapes' - 1924/**** )
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05/Setembro/2006:

“ DESOBEDIÊNCIA CIVIL - Nº 4”
- ... no fim das contas, eles não são tão nobres a ponto de conseguir tratar o ladrão de forma diferente do que este os trata ... -

(...) Vi até que ponto podia confiar nos meus conterrâneos como bons vizinhos e amigos; e percebi que a sua amizade era apenas para os momentos de tranqüilidade; senti que eles não têm grandes intenções de proceder corretamente; descobri que, tal como os chineses e malaios, eles formam uma raça diferente da minha, por causa dos seus preconceitos e superstições; constatei que eles não arriscam a si mesmos ou a sua propriedade nos seus atos de sacrifício pela humanidade; vi que, no fim das contas, eles não são tão nobres a ponto de conseguir tratar o ladrão de forma diferente do que este os trata; e que só querem salvar as suas almas, através de ações de efeito, de algumas orações e da eventual observação dos limites particularmente estreitos e inúteis de um caminho de retidão. É possível que esteja proferindo um julgamento duro sobre os meus vizinhos, pois acredito que a maioria deles não sabe que existe na sua cidade uma instituição tal como a cadeia.

Antigamente, na nossa aldeia, havia o costume de saudar os pobres endividados que saíam da cadeia olhando-os através dos dedos dispostos em forma das barras de uma janela de prisão; e perguntava-se ao recém-liberto: “Como vai?” Não recebi essa saudação dos meus conhecidos, que primeiro me encaravam e depois entreolhavam-se, como se eu acabasse de voltar de uma longa viagem. Eu tinha sido preso quando me dirigia ao sapateiro para buscar uma bota consertada. Quando fui solto, na manhã seguinte, resolvi retomar o que estava fazendo e, depois de calçar a tal bota, juntei-me a um grupo que pretendia colher frutas silvestres e me queria como guia. E em pouco mais de meia hora – pois logo recebi um cavalo arreado – chegamos ao topo de um dos nossos mais altos morros, onde abundavam frutas silvestres, a três quilômetros da cidade; e dali não se podia ver o Estado em lugar nenhum. Esta é a história completa das “Minhas prisões”.(...) ”

ps: Esta é apenas mais uma das pérolas contidas no magnífico livro 'Desobediência Civil', escrito por Thoreau em 1847 - nos EUA -, mas que nos parece mais do que atual... e de idéias aplicáveis como uma luva... não só em nosso país, mas em vários e vários outros por este mundo afora... - Click aqui e leia-o na íntegra.
(Eng. Celio Franco - Gestor do Portal NSP)

( Henry David Thoreau - "Biografia" - 1817/1862 )
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06/Setembro/2006:

“ MANIFESTO DAS FORÇAS ARMADAS ”
- ... Pela Associação Nacional dos Militares das Forças Armadas - ANMFA ... -

Nada grita mais alto do que o silêncio.(Napoleão Bonaparte)
Atualmente, o silêncio da sociedade brasileira é ensurdecedor. ”

Manifesto à Nação Brasileira

Cidadãos Brasileiros! Companheiros!

"... dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria, cuja honra, integridade e instituições defenderei com o sacrifício da própria vida".

Essas são as palavras finais do sagrado juramento à Bandeira que todo cidadão brasileiro faz ao ser incorporado às Forças Armadas.

Hoje, vemos a Pátria vilipendiada e seus valores morais sendo destruídos pela omissão e pela degradação moral que permeiam os bastidores do Poder constituído, numa afronta ao cidadão honesto e trabalhador, que já não tem exemplos a mostrar aos filhos, sobre os reais valores que devam ser cultivados.

A verdade histórica vem sendo deturpada por um revanchismo disfarçado e hipócrita, que nenhum benefício traz ao povo brasileiro. Serve apenas para confundi-lo, para desviar a sua atenção dos verdadeiros problemas do País. As Forças Armadas, desde o governo antecessor, vêm sofrendo uma campanha de desmoralização e vêm sendo progressivamente sucateadas, para que o seu poder de reação seja enfraquecido, numa orquestração eficaz, ditada por interesses que não são os dos nossos cidadãos.

A grande massa do eleitorado, desinformada politicamente e revoltada com o caos social que tomou conta da Nação, foi habilmente trabalhada para optar por "vencer o medo", em proveito da "esperança" de reformas sociais e econômicas e de ações bem mais concretas, como a criação de novos empregos, prometidas durante a campanha de um governo que, até hoje, não se mostrou capaz de cumpri-las.

A propriedade privada, sagrado direito em uma Nação livre e democrática, vem sendo sistematicamente desrespeitada com a explícita omissão do Governo, que não age no sentido de impedir a ação criminosa dos movimentos chamados, tendenciosamente, pelas autoridades constituídas, de sociais, numa demonstração cabal de falta de autoridade ou vontade política.

A violência, rural e urbana, está completamente sem controle, e a população, refém dos criminosos, não tem mais a mínima segurança. A autoridade do Estado é posta à prova a todo o momento, levando aos marginais a sensação de liberdade de ação e de impunidade, numa escalada crescente de audácia e desafio à sociedade. Toques de recolher, fechamento do comércio e de escolas, cerceamento do direito de ir e vir, demonstram sistematicamente o nível de poder do crime organizado.

O funcionalismo público está sendo responsabilizado por um déficit da previdência que, sabidamente, foi causado pela corrupção e pela incompetência do governo em gerir verbas públicas.

A impunidade, no nosso País, virou regra geral, e o crime do colarinho branco passou a ser altamente compensador.

Juros absurdos, tributos escorchantes e corrupção generalizada degradam todos os setores da Nação, inviabilizando-a no caminho do desenvolvimento, tão essencial para a geração de empregos, a qualidade de vida e a justiça social. Pune-se o cidadão honesto em favor do sonegador e do esperto.

Leis são completamente desmoralizadas pela desobediência ostensiva e generalizada, com conhecimento e omissão do Poder Público.

Juízes e funcionários públicos de setores essenciais vêem-se na contingência de paralisarem parcialmente o Estado por meio de greves, porque colocar o Governo contra a parede configura-se como a única maneira de conseguirem que seus direitos sejam respeitados.

Com a criação de instrumentos coercitivos ditatoriais, pretende-se amordaçar a imprensa e a produção audiovisual, incluído aí o cinema.

Desarmam-se os cidadãos de bem, impedindo-os de fazer uso do recurso legal da legítima defesa, mas não se tomam as armas de guerra em poder dos bandidos.

Utilizam-se recursos de banco estatal em favor do partido político no Governo.

Como se os comensais dos palácios estivessem acima do bem e do mal, criam-se obstáculos à verificação da idoneidade de homens que exercem cargos públicos.

Pretende-se acabar com a independência dos Poderes, atribuindo-se a membros do partido-estado a incumbência do controle externo do Poder Judiciário.

Tenciona-se restringir a capacidade investigativa dos parlamentares e proibir a dos procuradores da República.

Estimula-se o culto à personalidade, na tentativa do ressurgimento de um Grande Timoneiro que, às custas do erário, divulga os seus desconhecimentos primários nos quatro cantos do mundo.

Por último, com uma visão tão equivocada que quase invade os limites de grave não-conformidade mental, pretende-se abrandar o cumprimento de penas decorrentes do cometimento de crimes hediondos!

Cidadãos Brasileiros!

Os signatários deste Manifesto, que conta com o apoio de civis patriotas e de parcela expressiva da reserva das Forças Armadas - porque a parcela ativa é impedida por lei de se manifestar - vêm a, público, denunciar o atual estado em que se encontram a Nação Brasileira e a sua Instituição Militar.

Em um momento da vida nacional em que o povo mais precisa das Forças Armadas para o restabelecimento da ordem e da garantia das Instituições, fiquem certos de que elas não se acovardarão ante o processo de desvalorização dos seus integrantes e da premeditada ação de anulação de sua capacidade de reação e de cumprimento do seu dever, nem face a tentativas de implantação de regimes totalitários, contrários às nossas mais sagradas tradições.

Brasileiros, o quadro é MUITO GRAVE !

A honra da Pátria, sua integridade e suas instituições estão definitivamente ameaçadas.

O Brasil pede socorro aos patriotas.

O honroso juramento à Bandeira exige que tomemos uma providência imediata e decisiva para que se restaure, ainda em tempo hábil, não somente a adequada capacidade operacional das nossas Forças Armadas, mas, sobretudo, o respeito às nossas Instituições, à irrestrita liberdade de expressão do pensamento e ao pleno exercício da democracia.

Só assim teremos a capacidade de manter um Estado soberano e em condições de realizar as mudanças necessárias ao progresso e ao bem estar dos brasileiros.

Não se engane o povo com falsos argumentos de descarte do seu cidadão soldado e com falsas alegações de que não há inimigos nem guerras a serem travadas, pois, se aparentemente não os vemos é porque ainda resta, nas nossas Instituições Militares, alguma capacidade de dissuasão.

Chegamos à crítica situação em que os profissionais militares têm de custear a saúde dos recrutas com descontos nos seus contracheques e acréscimos nas indenizações de atendimento médico-hospitalar.

Comandantes sem recursos, muitas vezes tiram dinheiro do próprio bolso para evitar, por exemplo, que a sua viatura pare, comprometendo ainda mais a capacidade de sustento da família. Falta comida nos quartéis. Em última instância, até mesmo o recruta está pagando para servir à pátria.

Qualquer Nação tem, como condição para a manutenção da sua estrutura física, legal e social, a qualidade e a capacidade de ação e reação, tanto interna como externa, das suas Forças Armadas.

O processo de desestabilização de um País e o "status" de subserviência a interesses escusos e alienígenas começam, sempre, pelo aviltamento e pelo desmonte das suas Forças Armadas.

É hora de acordar. Em nome da democracia, da lei, da ordem e da manutenção das nossas Instituições, devemos agir e não calar, em atitude de omissão e covardia.

Não temos permissão para nos acomodar. Por juramento, somos obrigados a tomar uma atitude. Chega de chantagens emocionais - "quartelada", "golpe", "patrulhamentos".

Assim como, por vocação, não corremos do risco nem do perigo iminente, também não podemos, por obediência a princípios, ficar de braços cruzados diante da violação destes mesmos princípios por aqueles que também deveriam defendê-los!

Fazemos votos para que aqueles que, em dissonância com a história, ainda pretendem implantar no Brasil um Estado totalitário, desistam da idéia, porque não é isso que os brasileiros querem, e, se eles não querem, nós não vamos deixar que isso aconteça.

O que todos querem é muito simples: imprensa livre, repetindo, IMPRENSA LIVRE, livre manifestação do pensamento por quaisquer meios, sem a tutela do Estado, juros e tributos razoáveis, probidade administrativa, independência dos Poderes, liberdade para investigar desvios de conduta, Forças Armadas e serviços públicos aparelhados e com o pessoal motivado, segurança pública e bandidos na cadeia, paz no campo, respeito à propriedade e Congresso soberano.

Por outro lado, se o Governo também vier a pensar como nós, pode convocar-nos para o bom combate, pois estaremos prontos.

Está dado o recado. Em nome do povo estamos prontos para o que for necessário.

O BRASIL ACIMA DE TUDO!

Associação Nacional dos Militares das Forças Armadas - ANMFA

Grupo Marinheiros
Grupo Atitude Nacional
Grupo Anhanguera
Grupo Emboabas
Grupo Guararapes ”

( Gal. Torres de Melo - 'Grupo Guararapes' - 1924/**** )
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11/Setembro/2006:

“ NOVO MARKETING POLÍTICO ”
- ... somente os incautos menosprezam a sabedoria popular ... -

“A complexidade do mundo dos negócios tem no marketing um valor agregado de grande importância, na conquista e na fidelização dos clientes. “Marketing não é uma batalha de produtos, mas uma batalha de percepção”. A tecnologia está fazendo com que os produtos de uma mesma categoria, cada vez mais, se mostrem parecidos. Exemplo: como distinguir a marca de um televisor, entre vários funcionando, sem a exibição da etiqueta do fabricante? Posicionar a marca na mente do consumidor é tarefa do marketing, pois a mente humana não registra dois primeiros lugares no mesmo instante.

As atuais determinações do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, válidas para as próximas eleições, têm entre outros o objetivo de reduzir o custo das campanhas, dar transparência e facilitar a controle público sobre os gastos dos partidos, além de reduzir a desigualdade do poder financeiro entre os candidatos. Entre essas medidas destacamos a proibição dos showmícios, a distribuição de brindes como camisetas, bonés, chaveiros, cestas básicas ou quaisquer outros tipos de bens materiais que possam ser doados aos eleitores. Também os outdoors não mais serão meios de propaganda.

Maior transparência sobre as doações, com restrições à entidades que recebam recursos públicos e a prestação de contas pela Internet são medidas que, se não vão eliminar possíveis simulações contábeis, irão pelo menos dificultá-las. As novas regras do jogo visam erradicar o superficial e valorizar o essencial, ou seja, a biografia do candidato – novo enfoque do marketing político. O programa qualitativo e quantitativo das propostas dos partidos é de fundamental importância para que se faça o planejamento estratégico dos anos do mandado, onde devem constar, de forma didática e pedagógica, cada um dos planos de ação. Não basta falar o que será feito, isto a sociedade já sabe: investimentos em educação, saúde, saneamento básico, infra-estrutura, pesquisa e desenvolvimento científico, segurança pública, preservação ambiental, assentamento de sem terras, moradias urbanas, geração de empregos, enfim, combater a mais cruel das violências – a desigualdade econômica e social – linha divisória entre o oceano de pobres e a ilha de ricos.

Muito além do que será feito, os planos de ação devem apontar quais as origens dos recursos, onde serão desenvolvidos, em que data serão implementados e quais os resultados sociais, econômicos, ambientais e coletivos. Estas propostas detalhadas poderão chegar ao conhecimento dos eleitores através da mídia, pela Internet e no espaço livre que os partidos têm na televisão e no rádio. Entidades de classe, faculdades, igrejas, clubes, ONGs, entre outras, devem promover debates para que o eleitor possa conhecer, analisar, comparar, refletir, julgar e decidir em quem votar. Conduta ética e competência técnica deverão encabeçar os pré-requisitos de uma candidatura.

Para os que julgam existirem pessoas simples, que não têm a devida compreensão, relatamos uma pequena história: um ilustre político convidou um famoso economista para fazer uma palestra, e no final da brilhante apresentação do professor, o anfitrião apanhou o microfone e sugeriu que os participantes fizessem perguntas ao palestrante. Apesar da insistência ninguém se atrevia a falar, até que um cidadão, carinhosamente conhecido como Zé do Mato, levantou-se e falou: “Com sua licença, professor, eu acho que o senhor, nessas duas horas de falatório, só quis explicar uma coisa: se nós gastarmos mais do que nós ganhamos, nós quebramos ”.

Somente os incautos menosprezam a sabedoria popular !!!

Uma reflexão sobre cidadania nos leva à concluir que temos o direito de exigir conduta ética dos candidatos e, paralelamente, temos o dever moral de não vender a nossa consciência por qualquer espécie de vantagem, pessoal, futura ou como pagamento de benefícios já recebidos. ”

( Faustino Vicente - 'Biografia' - 1935/**** )
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12/Setembro/2006:

“ O POR QUÊ EU NÃO SOU CANDIDATO EM 2006 ”
- ... talvez a minha bandeira - verdade, honestidade e seriedade - seja muito antiquada ... -

“ Tenho me contido, de há muito, tentando não abordar este assunto, mas visto as inúmeras cobranças que venho recebendo, mormente dos amigos que apóiam este projeto e as minhas idéias, e dos "não amigos" que também o acessam, e dizem ser fácil jogar pedras no telhado dos outros... ficando em cima do muro..., além das pessoas que tenho encontrado pelas ruas e outros lugares públicos, e que me questionam sobre o por quê eu não sou candidato em um momento tão importante para o Estado de São Paulo e para o nosso Brasil, não tenho mais como nem por que permanecer calado e decidi, de uma vez, esclarecer a todos, de forma pública e escrita, utilizando-me deste espaço e na primeira pessoa do singular, obviamente.

Entendo ser de bom alvitre esclarecer que nunca fui político profissional e que, até 2003, nunca fui nem mesmo filiado a qualquer partido político; ao contrário, tinha, como a maior parte do povo brasileiro tem, verdadeiro asco pela política e pelos políticos, com honrosas exceções, visto o ensinamento de meu pai: "a política é o lugar de gente que não presta para mais nada...". Não obstante, sempre tive posições claras sobre os mais diversos assuntos e nunca tive medo de defendê-las, publicamente, desde os tempos de ginásio, lá pelos idos da década de 70 quando, em pleno regime militar, eu e vários amigos inesquecíveis, fizemos uma das mais memoráveis campanhas pela diretoria do Centro Cívico do então Ginásio Estadual Prof. Víctor Lacôrte... - a chapa da 'Mônica'... - campanha esta que nos levou até a sala do diretor, o inolvidável Prof. Rodolpho Telarolli, visivelmente preocupado em saber se éramos ligados a algum movimento da esquerda comunista... Foi a primeira vez que ouvi esta palavra... e só entendi o significado real de sua preocupação, mesmo sendo um dos melhores alunos da escola, muitos anos depois, quando já cursava engenharia eletrônica - que deveria ser a profissão do futuro, mas cuja indústria foi sepultada, impiedosamente, pelo desgoverno Collor de Melo - na gloriosa USP de São Carlos...

No ano de 2003, entretanto, concluí que não poderia mais me abster, deixando a uma maioria de maus - a politicalha brasileira que não presta -, o direito de legislar e definir sobre a vida e o destino dos bons, sobre a sua e a minha própria vida, e totalmente inconformado que estava com o desgoverno petista de minha cidade - mesmo sendo um ex-aluno no cargo de prefeito, no qual depositei tanta fé... -, bem como com o início apático do desgoverno federal - mesmo antes das denúncias -, no qual também depositei as minhas melhores esperanças, e já na qualidade de desempregado desde o ano 2000, embora pós-graduado em Sistemas de Telecomunicações Ópticas pela USP/POLI - outra profissão do futuro cuja indústria e empresas nacionais foram solenemente sepultadas, sem qualquer consciência, pelo desgoverno entreguista FHC, outra terrível decepção -, repito, neste estado de ânimo, mesmo sendo um profissional afeito às ciências exatas e a área da tecnologia - onde, na lógica binária, tudo se resume a um SIM-UM ou um NÃO-ZERO muito bem comportados e definidos - recebi, de um amigo, o convite para entrar no PV - PARTIDO VERDE, o partido cujo slogan assevera: 'Por uma Política Limpa' !!!

Embora corinthiano de coração, a força do slogan verde chamou a minha atenção - exatamente o que o país precisa -, política e não politicalha. Após estudar o estatuto do partido e suas propostas me filiei pela primeira vez a um partido político: o PV. Em 2004, após uma acirrada disputa interna, visto as mudanças ocorridas nas regras do jogo... durante o jogo - a grata e drástica diminuição no número de vereadores -, acabei conseguindo sair como candidato ao cargo de vereador pela cidade de Araraquara. Todavia, visto o partido haver optado por uma aliança com o PT, decidi por uma campanha sem dinheiro e totalmente independente - apenas com a ajuda de familiares e amigos -, inclusive apoiando, abertamente, o candidato do PMDB, apenas e tão somente por ser contrário à reeleição do prefeito, cuja administração ficará, sem dúvida, entre as piores da história de Araraquara... e que foi reeleito por pequena margem...

Nesta campanha - 2004 - pude sentir o peso do dinheiro e do poder, quando o que mais importa é o VOTO, a qualquer PREÇO, sem qualquer pudor, mesmo que comprado pelas mais sórdidas maneiras, a peso de ouro, de favores, de enganação, de promessas vazias, de festas, churrascos e cervejas... Presenciei campanhas milionárias para um simples cargo de vereador, que ultrapassaram milhares de vezes o total do salário nos quatro anos do mandato... Como engenheiro, a princípio, fiquei abismado... somente os loucos costumam queimar dinheiro... mas na políticalha brasileira, 2+2 = 5 ...!!!

Lógico que minha bandeira/slogan - VERDADE, HONESTIDADE e SERIEDADE -, pela qual pauto e sempre pautei a minha vida profissional, foi derrotada... Consegui apenas 533 votos dos 1500 necessários... e mais de 2.000 prometidos..., e isso mesmo tendo trabalhado, como voluntário - todos os domingos e com pouquíssimas faltas, por DOZE ANOS -, em dez bairros dos mais pobres e populosos do município, atendendo centenas de famílias... e haver sido diretor do Comitê Ação da Cidadania, onde atuei também como voluntário, por DEZ anos, comitê que congregava mais de oitenta entidades... Compreendi, então, como é difícil encontrar pessoas, mesmo entre o voluntariado - as mais éticas e cristãs -, para ajudar a empunhar certas bandeiras... longe de interesses imediatistas pessoais ou de grupo...

Mesmo derrotado em 2004 não desanimei, talvez porque seja um verdadeiro brasileiro...
e o brasileiro não desisti nunca...!!!

Desde o ano passado - 2005 -, coloquei o meu nome à disposição do PV-Partido Verde, para concorrer às eleições deste ano, sem dinheiro - que não tenho -, mas com a mesma bandeira - pela VERDADE, HONESTIDADE e SERIEDADE -, e respeito irrestrito ao slogan do partido, 'POR UMA POLÍTICA LIMPA', contra qualquer tipo de acordo que cheire a 'maracutaia'... Isso o fiz, quero aqui deixar muito claro, junto aos dirigentes municipais, que me ignoraram, haja visto continuarem aliados ao PT, partido cuja traição ao povo brasileiro e às suas mais ternas esperanças não perdôo e nunca perdoarei, e contra o qual publico, abertamente, severas críticas neste portal. Mas ofereci meu nome também aos diretórios estadual e federal do PV, por escrito e diretamente, quando de uma reunião em minha cidade... e nunca recebi nem mesmo uma simples resposta, do tipo: NÃO nos interessa a sua candidatura, porque já temos pessoas melhores que você...

Espero, sinceramente, que os nomes submetidos pelo PV aos eleitores paulistas possam angariar a sua simpatia, e que saibam honrar cada voto recebido, se eleitos, a exemplo do grande GABEIRA, porque o BRASIL necessita e merece UMA POLÍTICA LIMPA !

Encerrando, visto já ter alongado demais esse manifesto, este é o único motivo pelo qual não sou candidato a nada... porque o meu atual partido simplesmente ignorou o meu nome !!! Nunca porque tenha 'lavado as minhas mãos' ou tido receio de enfrentar os poderosos ou defender quaisquer das posições que esposo neste portal - tachadas como politicamente incorretas por teóricos diversos -, tais como as safadezas embutidas no tema 'fidelidade partidária', amplamente divulgada pela grande mídia como uma maravilha, mas que tenta amordaçar ainda mais a liberdade de consciência do parlamentar, e reimplantar o voto de cabresto numa esfera superior, obrigando o 'legislador-vassalo' a simplesmente seguir, como um robô, as 'orientações da liderança' - leia-se 'negociações' ou interesses do partido, sejam eles escabrosos ou não -, o meu combate à hipocrisia da Escola da Família e da Escola em Tempo Integral - vulgo depósito de crianças sem condições mínimas nem mesmo para o ensino de 4 horas... -, a minha defesa intransigente para o retorno da DISCIPLINA e da ORDEM nas Escolas Públicas, por considerar ser a "DISCIPLINA IRMÃ INSEPARÁVEL DA EDUCAÇÃO", por afrontar as falácias existentes na maioria dos programas de governo, que ainda insistem em incluir a fusão entre as polícias militar e civil como suposta solução para o problema da segurança no estado, coisa que reporto como de uma extrema imbecilidade, ou por teimar em rir frente a indicadores ridículos - estaduais ou federais -, que demonstram melhorias na saúde..., na educação..., na segurança..., no emprego..., no comércio..., visto preferir seguir confiando na observação da realidade 'nua e crua' a indicadores da 'Ilha da Fantasia chamada Brasil', que nada medem e somente servem à tentativa inescrupulosa dos desgovernos em tentar ludibriar mentes incautas... dos brasileiros que eles têm no mesmo conceito de asnos de quatro patas... os "brasileiros pocotó"...

Do mesmo modo como tenho estado neste projeto, há mais de 4 anos, sempre estarei pronto a servir o meu estado e o meu país, nunca pelas armas, como pacifista convicto que sou - e lembrem-se que defendi e votei NÃO à hipocrisia do desarmamento dos bons, em respeito ao direito de escolha dos que pensam de forma diferente -, mas sim, servir com o suor do meu rosto, com as minhas mãos e/ou com a minha inteligência e capacidade - mesmo que limitadas -, em um trabalho que seja digno e honesto, em favor, não de um governo - ente imaginário e ilusório que não tem vida própria -, não do poder - efêmero e adulador do egoísmo de muitos -, não do povo - conceito abstrato que não enxerga a individualidade -, mas trabalhar para a melhoria da VIDA de PESSOAS, homens e mulheres, idosos e jovens, ricos e pobres, negros, brancos, vermelhos, amarelos - mestiços de diversos matizes, verdes, azuis... o que importa a cor da pele ? -, em suma, seres humanos que, assim como eu e você, têm sonhos, têm esperanças, que almejam viver num mundo melhor, sem todos esses ISMOS estúpidos que aí estão..., um mundo mais humano, onde a VERDADE não seja confundida a todo momento com a mentira, onde o honesto seja valorizado e o desonesto castigado, onde o hipócrita seja desmascarado rapidamente, onde exista JUSTIÇA - a verdadeira -, onde a natureza seja respeitada, onde pelo trabalho - mesmo que simples e humilde - seja possível viver e ser feliz, onde o MEU direito vá até onde começa o direito do meu PRÓXIMO..., onde o BEM sobrepuje o MAL..., enfim, trabalhar na construção do mundo regenerado com o qual todos nós, brasileiros e brasileiras, aspiramos neste terceiro milênio...!!! ”

( Eng. Celio Franco - 'Biografia' - 1959/**** )
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13/Setembro/2006:

“ SOBRE VACAS, BERNES E POLÍTICA ”
- ...os políticos, tanto de direita como de esquerda, só fazem prometer aos bernes um engordamento ... -

“ Observando as discussões políticas, não vejo nenhum político que fale sobre a saúde da vaca. Ao contrário, os políticos, tanto de direita quanto de esquerda, só fazem prometer aos bernes um engordamento cada vez maior.

ERA UMA vez uma vaca feliz, saudável e bonita. Mas nem tudo é perfeito. A vaca tinha hóspedes. Alguns bernes se hospedaram nela e alimentavam-se da sua carne. Mas os bernes eram poucos e pequenos... A vaca e os bernes viviam em paz.

Aconteceu, entretanto, que os bernes começaram a se multiplicar. Os bernes aumentavam, mas a vaca não aumentava, confirmando a lei de Malthus que disse que os alimentos crescem em razão aritmética enquanto as bocas crescem em razão geométrica. O couro da vaca se encheu de calombos que indicavam a presença dos bernes.

Mesmo assim a vaca continuava saudável. Ela tinha muita carne de sobra. Foi então que uma coisa inesperada aconteceu: alguns bernes sofreram uma mutação genética e passaram a crescer em tamanho. Foram crescendo, ficando cada vez maiores, e com uma voracidade também cada vez maior.

Os vermes magrelas ficaram com inveja dos vermes grandes e trataram de tomar providências para que eles crescessem também. O corpo da pobre vaca passou a ser uma orgia de crescimento. Os bernes só falavam numa coisa: "É preciso crescer!" Mas a vaca não crescia. Ficava do mesmo tamanho. De tanto ser comida pelos bernes, a vaca ficou doente. Emagreceu.

Mas os bernes nada sabiam sobre a vaca em que moravam. Para ver a vaca seria preciso que eles estivessem fora da vaca. Mas os bernes estavam dentro da vaca. Assim, não percebiam que sua voracidade estava matando a vaca.

A vaca morreu. E com ela morreram os bernes. Fizeram autópsia da vaca. O relatório do legista observou que os bernes mortos eram excepcionalmente grandes, bem nutridos, muitos deles chegando à obesidade.

James Lovelock é um cientista que sugeriu que a nossa Terra é um organismo vivo, como a vaca da parábola. Sendo uma coisa viva ela pode ter saúde ou ficar doente. Sua conclusão é que nós, os bernes, já estragamos a Terra, nossa vaca, além de qualquer possibilidade de cura. A Terra está doente. O crescimento das nações está provocando profundas mudanças climáticas irreversíveis: a atmosfera está se aquecendo, as geleiras estão derretendo, a poluição do meio ambiente aumenta, acontecem catástrofes naturais numa intensidade desconhecida. Esses são os sintomas dos estertores da nossa Terra destruída pela voracidade dos bernes. "E o pior está por acontecer", ele diz. "Ecossistemas inteiros serão extintos, e os sobreviventes terão de se adaptar a um clima infernal... (Folha de S.Paulo, caderno Mais, 22/ 01/06, pág. 9).

Observando as discussões políticas, não vejo nenhum político que fale sobre a saúde da vaca. Ao contrário, os políticos, tanto de direita quanto de esquerda, só fazem prometer aos bernes um engordamento cada vez maior. Por uma boa razão: os eleitores são os bernes e não a vaca. O candidato que falar sobre a saúde da vaca e o emagrecimento dos bernes com toda certeza perderá a eleição. Quando o que está em jogo é a saúde da vaca, não se pode confiar nos bernes...!!! ”

ps: crônica publicada no Jornal Folha de São Paulo em 30/Mai/2006.

( Rubem Alves - 'Biografia' - 1959/**** )
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14/Setembro/2006:

“ QUERO SER DA PAZ, MAS... ”
- ... Escola Pública para o povo e Escola Particular para os filhos dos governantes ... -

“ Está difícil controlar a decepção !
Está difícil não se entristecer mediante tudo o que vemos,
Está difícil não sentir revolta por fazermos parte de uma minoria pensante.
Está difícil não desprezar os que comandam o voto de cabresto disfarçado em Bolsa Família.
Está difícil aquietar-se frente a um povo que, no auge da fome, aceita trocar cidadania por um prato de comida.
Está difícil entender aquele que ocupa o maior cargo do BRASIL menosprezar a Embraer para adquirir avião importado.

Está difícil aceitar que a cidadania italiana, conseguida pela esposa do nosso representante traz, no seu bojo, o menosprezo ao país de origem,
Está difícil não enraivecer frente às mentiras que, saindo do submerso para as evidências, transformaram a HIPOCRISIA em CINISMO.
Está difícil perceber que os interesses de maior porte são os que buscam sustentar a ignorância do povo.
Está difícil entender o sono tranqüilo daqueles que, ao lançarem mão de bens indevidos, deixam milhares de patriotas sem casa.

Está difícil compreender que há promessas de melhoria na saúde, enquanto nossos governantes buscam serviços particulares para serem assistidos.
Está difícil engolir a incoerência: Escola Pública para o povo e Escola Particular para os filhos dos governantes.

Está difícil não desenvolver o sentimento de raiva ao ter que ouvir "sempre foi assim", declarado em jardins franceses; em escutar "eu não sabia de nada", ou, "eu fui traído", depois de ter escolhido a 'curriola' para o rodear.
Está difícil aceitar a arrogância do personagem que diz representar o povo, na continuidade das suas promessas.

Está difícil compactuar com o silêncio da maioria dos artistas,
Está difícil ser conivente com o comodismo dos senadores e deputados.
Está difícil assistir ao Circo da CPI que nada mais foi que um engodo sem conclusões.

Mas, nem tudo está perdido:
Há o desabafo de Cristiane Torloni rodando pela internet.
Há a declaração do Senador Jefferson Peres.
Há a crítica do grande jornalista Alexandre Garcia.
Há os criativos que, através da comicidade, transformam com assiduidade a figura dos nove dedos em ator principal do circo.
Há a posição de Caetano Veloso.
Há as jornalistas que fizeram parte de alguns programas do Jô Soares, enquanto comentaristas.
Há a esperança de mais "Denises Frossards" surgirem...

Também nos deparamos, muitas vezes, com o "deixa pra lá" que ocorre pelo desânimo quando:
- Estudantes adolescentes de escolas públicas questionam o por quê estudar se o nosso representante maior nem o idioma materno domina.
- Os que trabalham com pirataria perguntam o que é roubo espelhando-se no Congresso.

Segundo o próprio digníssimo, num dos surtos explosivos que compõem seu perfil, em cima de um palanque, numa dessas inúmeras cidades esquecidas, lembradas apenas em tempos eleitoreiros: "Já que vocês não lêem jornal, nem sabem direito o que está acontecendo, vou contar..." (se não foram exatamente estas palavras, registro o sentido que quis pontuar, como um professor que enviesa o saber).

Mas, quem quer lutar pelo bem comum ? Quem busca instruir aqueles que nem o nome sabem escrever ? Quem pode providenciar cartilhas com monitores preparados para:
- Oferecer noções mínimas do que vem a ser um Senador,
- Quais as atribuições de deputados,
- A quem serve e para que serve um Presidente da República que, no momento, inspira-se nos antigos romanos oferecendo apenas PÃO e CIRCO ?

Quero ser da PAZ, quero voltar a ser OTIMISTA, quero ter a alegria de ser BRASILEIRA!
Quero cantar o HINO com a emoção de PATRIOTA! Mas ... está difícil !!! ”

Eneida Souza Cintra: nascida em 13/07/1945, é mestre em Psicologia, escreve para o Jornal Ecos e Usina das Letras, é Psicóloga Clínica, tem artigos publicados em revistas de destaque na área e atua como professora em cursos de pós-graduação.

( Eneida Souza Cintra - 'Biografia' - 1945/**** )
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15/Setembro/2006:

“ EXPLICANDO POLÍTICA ÀS CRIANÇAS I ”
- ... Aí o povo pensou: "Não fomos nós que escolhemos o Rei ?... Se fomos nós que o colocamos no trono, temos o direito de tirá-lo de lá" ... -

Meninos, meninas, vou lhes contar como tudo começou, do jeito como me ensinaram. Há muitos milênios atrás ( um milênio são mil anos! ), antes mesmo que a roda tivesse sido inventada, a vida era uma pancadaria generalizada, pauladas, pedradas, furadas ( eram feitas com paus pontudos; ainda não haviam descoberto um jeito de fazer flechas com pedras lascadas), cada um por si, cada um contra todos. Um famoso pensador chamado Hobbes disse que era um estado de “guerra de todos contra todos”. Não havia leis. As leis servem para proibir aquilo que não pode ser feito. Assim, cada um fazia o que queria. Roubar não era crime porque não havia uma lei que dissesse “é proibido roubar”. Matar não era crime porque não havia uma lei que dissesse “ é proibido matar”. E não havia pessoas encarregadas de fazer cumprir a lei: juízes, polícia. É para isso que a polícia existe: para impedir que a lei seja quebrada e para proteger os cidadãos comuns. Quem tivesse o porrete maior era o que mandava. Houve até um famoso presidente dos Estados Unidos que explicou o seu jeito de governar: “Falar manso e ter um porrete grande nas mãos...” Os jeitos primitivos continuam ainda em vigor...

É fácil entender. Imaginem uma coisa doida: um jogo de futebol em que não haja regras e nem haja um juiz que apite as faltas. Tudo é permitido. Tapas, murros, rasteiras, xingamentos, levar a bola com a mão, mudar de time no meio do jogo. Ao final de cada jogo o número de mortos e feridos é grande. Os amantes de futebol queriam continuar a jogar futebol, mas sem medo da violência. Eles se reuniram e disseram: “Não é possível continuar assim. Vamos fazer regras para o futebol. E vamos ter, no campo, um homem que faça com que as regras sejam cumpridas.” E assim fizeram. E o futebol se transformou num jogo civilizado ( às vezes...)

Pois os homens daqueles tempos chegaram à mesma conclusão. Não valia a pena continuar a viver daquele jeito. Eles se reuniram numa grande assembléia e chegaram a um acordo: “Só há uma solução. É preciso que cada um deixe de fazer o que lhe dá na telha. Precisamos leis. Mas, para ter leis, precisamos de um homem que faça as leis. E não só isso: um homem que tenha o poder para punir todos aqueles que quebram a lei.

Os homens, assim, abriram mão das suas pequenas vontades individuais para poderem viver uns com os outros em paz. E para que houvesse um homem que fizesse as leis e punisse os criminosos eles escolheram um que seria o seu Rei, ele e os seus descendentes. O Rei teria que ser aquela pessoa que reinaria para a paz dos homens comuns, os seus súditos. O Rei teria de ser uma pessoa que, ao mesmo tempo, combinasse sabedoria e força. Sabedoria para fazer as coisas certas. E força para que punisse os malfeitores. Em toda situação há sempre os malfeitores, aqueles que quebram as leis. Também no futebol há os malfeitores. No futebol os malfeitores são aqueles que quebram as regras, aqueles que, pensando que o juiz está distraído, dão rasteiras e tentam fazer gols com a mão. Se o juiz ficar desatento e não apitar as faltas a partida de futebol vira pancadaria.

Mas esses homens que elegeram o Rei eram ruins em psicologia. É sempre assim: em período de eleição todos os candidatos se apresentam como honestos, puros, pessoas que só desejam o bem do povo. Mas o povo não conhece psicologia. Acredita naquilo que lhe é dito. Não sabe que essas falas dos candidatos são como a isca no anzol do pescador. O seu objetivo é apenas “fisgar” o voto do povo. E esses puros, uma vez no poder, passam por horríveis transformações. Belos, transformam-se em Feras. Aconteceu assim com os Reis, tão bonitos, tão honestos, antes de terem a coroa na cabeça e a espada na mão. Mas uma vez no poder transformaram-se em Tiranos. Tiranos são aqueles que, esquecidos do povo, impõem a sua vontade sobre ele. Assim os Reis esqueceram-se do povo e passaram a pensar só neles mesmos. Se eles eram aqueles que fazem as leis, e se eles eram aqueles que tinham a espada na mão, não havia ninguém que os punisse. Eles cometiam suas maldades protegidos pela impunidade. Tendo poder para fazer as leis, eles as fizeram só em seu benefício, leis que obrigavam o povo a pagar impostos pesados. Imposto é um dinheiro que o povo tem de pagar ao governo para administrar o país. Tudo estaria bem se o dinheiro dos impostos fosse usado para o bem do povo. Mas não foi isso que fizeram. Usaram o dinheiro do povo para si mesmos. Construíram palácios com jardins, gramados e piscinas, deram banquetes, não só eles mas todos os membros da corte que assim se locupletaram. Todos ficaram ricos. O povo ficou mais pobre, mais sofrido. Aprendam isso: as pessoas mais cheias de boas intenções, quando têm o poder e o dinheiro na mão, esquecem-se delas. Ficam deslumbradas com o poder e passam a pensar só nelas mesmas. O poder e o dinheiro corrompem.

Foi assim durante muitos séculos. Até que o povo perdeu as esperanças. Os reis, que haviam sido objeto da sua admiração, tornaram-se objeto do seu desprezo. Seu perfume se transformou em fedor. Não, os Reis jamais pensariam no bem do povo. Aí o povo pensou: “Não fomos nós que escolhemos o Rei? Se ele está no trono é só porque nós queremos! Ele não está no trono pela vontade dos deuses! Se fomos nós os que o colocamos no trono, temos o direito de tirá-lo de lá”. O povo então se enfureceu, saiu às ruas, pegou em armas, fez revoluções e tirou o Rei do trono. Esse direito do povo, de tirar os Tiranos do poder, pela força, até foi louvado pela mais humilde e a mais santa das mulheres, Maria, mãe de Jesus. Cantando o amor de Deus ela disse que ele “derrubou dos seus tronos os poderosos e exaltou os humildes.” ( Lucas 1:52).

Mas esse direito de tirar os reis dos tronos transformou-se em crueldade. Na Revolução Francesa o rei e a rainha foram guilhotinados. Na Rússia os revolucionários fuzilaram toda a família real, inclusive as crianças.

Voltou-se então ao estado original: não havia quem ditasse leis e as fizesse cumprir, para a paz do povo. Havia o perigo de que se estabelecesse a condição primitiva de “guerra de todos contra todos”. Há de haver quem faça as leis e garanta o seu cumprimento. Mas o povo havia aprendido uma lição: poder por toda a vida, como o que era dado aos reis, só produz tirania e corrupção. É muito perigoso dar poder absoluto a uma pessoa só.

Por que o jogo de futebol é possível? Jogadores, bola – tudo bem. Mas não basta. Há de haver regras. E como se estabelecem regras? As pessoas interessadas se ajuntam e fazem um “contrato”. “Contrato” é um documento que estabelece as regras, com o acordo de todos. Esse contrato contém as regras do jogo que todos devem obedecer. Todas as relações entre os seres humanos são reguladas por contratos. O casamento é um contrato, a compra de uma casa é um contrato, a matrícula de um aluno numa escola se faz por meio de um contrato. Quando um povo inteiro quer estabelecer as regras de sua convivência, esse contrato tem o nome de “Constituição”. O Brasil tem uma “Constituição”.

O espaço chegou ao fim e na próxima crônica vou falar sobre a “Democracia” que é o sistema de governo em que quem faz as leis é o povo. Pelo menos, é assim que deveria ser...”

ps: crônica publicada no Correio Popular em 16/Jun/2005 - CLICK e veja o Número II

( Rubem Alves - 'Biografia' - 1959/**** )
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18/Setembro/2006:

“ DESOBEDIÊNCIA CIVIL - Nº 5”
- ... Por vezes penso assim: ora, esse povo tem boas intenções, mas é ignorante; ele faria melhor se soubesse como agir ... -

(...) Nunca me recusei a pagar o imposto referente às estradas, pois a minha vontade de ser um bom vizinho é tão grande quanto a de ser um péssimo súdito; no que toca à sustentação das escolas, atualmente faço a minha parte na tarefa de educar os meus conterrâneos. Não é um item particular dos impostos que me faz recusar o pagamento. Quero apenas negar lealdade ao Estado, quero me retirar e me manter efetivamente indiferente a ele. Não me importo em seguir a trajetória do dólar que paguei—mesmo se isso fosse possível —, até o ponto em que ele contrata um homem ou compra uma arma para matar um homem; o dólar é inocente. O que me importa é seguir os efeitos da minha lealdade. Na verdade, eu silenciosamente declaro guerra ao Estado, à minha moda, embora continue a usá-lo e a tirar vantagem dele enquanto puder, como costuma acontecer nestas situações (...)

(...) Por vezes penso assim: ora, esse povo tem boas intenções, mas é ignorante; ele faria melhor se soubesse como agir; por que incomodar os meus vizinhos e forçá-los a tratar-me de uma forma contrária às suas inclinações? Mas depois penso: não há motivo para proceder como eles ou para permitir que mais pessoas sofram outros tipos de dor. E digo ainda a mim mesmo: quando muitos milhões de homens, sem paixão, sem hostilidade, sem sentimentos pessoais de qualquer tipo, lhe pedem apenas uns poucos xelins, sem que a sua natureza lhes possibilite retirar ou alterar a sua exigência atual e sem a possibilidade de você, por seu lado, fazer um apelo a outros milhões de homens, por que você deveria se expor a tal força bruta avassaladora? Você não resistirá ao frio e à fome, aos ventos e às ondas, com tanta obstinação se você se submeter pacificamente a mil imposições similares... Você não colocaria a cabeça na fogueira. Mas exatamente na medida em que não considero esta força inteiramente bruta – e sim uma força parcialmente humana – e em que avalio que mantenho relações com esses milhões e com outros muitos milhões de homens – que não são apenas coisas brutas ou sem vida –, vejo também que é possível a apelação: em primeira instância e de pronto, eles podem apelar ao Criador; em segunda instância, podem apelar uns aos outros. Mas se ponho a minha cabeça no fogo de propósito não há apelo possível a ser feito ao fogo ou ao Criador do fogo, e sou o único culpado pelas conseqüências. Se eu conseguisse convencer-me de que tenho algum direito a me sentir satisfeito com os homens tal como eles são, e a tratá-los de acordo com isso e não parcialmente, de acordo com as minhas exigências e expectativas de como eles e eu mesmo deveríamos ser, então, como bom muçulmano e fatalista, eu teria que me esforçar para ser feliz com as coisas como elas são e proclamar que tudo se passa segundo a vontade de Deus. E, acima de tudo, há uma diferença entre resistir a essa força e a uma outra, puramente bruta ou natural: a diferença é que posso resistir a ela com alguma efetividade. (...) ”

ps: Esta é apenas mais uma das pérolas contidas no magnífico livro 'Desobediência Civil', escrito por Thoreau em 1847 - nos EUA -, mas que nos parece mais do que atual... e de idéias aplicáveis como uma luva... não só em nosso país, mas em vários e vários outros por este mundo afora... - Click aqui e leia-o na íntegra.
(Eng. Celio Franco - Gestor do Portal NSP)

( Henry David Thoreau - "Biografia" - 1817/1862 )
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19/Setembro/2006:

“ O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA HUMANIZAÇÃO - Parte 1”
- ... A possibilidade de admirar o mundo implica em estar não apenas nele, mas com ele ... -

“ Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso,
eu amo as gentes e amo o mundo.
E é porque amo as pessoas e amo o mundo,
que eu brigo para que a justiça social
se implante antes da caridade. ”
( Paulo Freire )

“ Tão somente o homem, na verdade, entre os seres incompletos, vivendo um tempo que é seu, um tempo de que fazeres, é capaz de admirar o mundo. É capaz de objetivar o mundo, de ter nesse um "não eu" constituinte do seu eu, o qual, por sua vez, o constitui como mundo de sua consciência.

A possibilidade de admirar o mundo implica em estar não apenas nele, mas com ele; consiste em estar aberto ao mundo, captá-lo e compreendê-lo; é atuar de acordo com suas finalidades a fim de transformá-lo. Não é simplesmente responder a estímulos, porém algo mais: é responder a desafios. As respostas do homem aos desafios do mundo, através das quais vai modificando esse mundo, impregnando-o com o seu "espírito", mais do que um puro fazer, são atos que contêm, inseparavelmente, ação e reflexão.

Porque admira o mundo e, por isso, o objetiva; porque capta e compreende a realidade e a transforma com sua ação-reflexão, o homem é um ser da práxis. Mais ainda: o homem é práxis e, porque assim o é, não pode se reduzir a um mero espectador da realidade, nem tampouco a uma mera incidência da ação condutora de outros homens que o transformarão em "coisa". Sua vocação ontológica, que ele deve tomar existência, é a do sujeito que opera e transforma o mundo. Submetido a condições concretas que o transformem em objeto, o homem estará sacrificado em sua vocação fundamental. Mas, como tudo tem seu contrário, a situação concreta na qual nascem os homens-objetos também gera os homens-sujeitos. A questão que agora enfrentamos consiste em saber, na situação concreta em que milhares de homens estejam nas condições de objetos, se aqueles que assim os transformam são realmente sujeitos. Na medida em que os que estão proibidos de ser são "seres para outro", os que assim o proíbem são falsos "seres para si". Por isso, não podem ser autênticos sujeitos. Ninguém é, se proíbe que outros sejam.
Essa é uma exigência radical do homem como um ser incompleto: não poder ser se os outros também não são. Como um ser incompleto e consciente de sua incompleticidade (o que não ocorre com os "seres em si", os quais, também incompletos, como os animais, as árvores, não se sabem incompletos), o homem é um ser da busca permanente. Não poderia haver homem sem busca, do mesmo modo como não haveria busca sem mundo. Homem e mundo: mundo e homem, "corpo consciente", estão em constante interação, implicando-se mutuamente. Tão somente assim pode-se ver ambos, pode-se compreender o homem e o mundo sem distorcê-los.

Pois bem; se o homem é esse ser da busca permanente, em virtude da consciência que tem de sua incompleticidade, essa busca implica em:

a) um sujeito
b) um ponto de partida
c) um objeto

O sujeito da busca é o próprio homem que realiza. Isso significa, por exemplo, que não me é possível, numa perspectiva humanista, "entrar" no ser de minha esposa para realizar o movimento que lhe cabe fazer. Não posso lhe prescrever as minhas opiniões. Não posso frustrá-la em seu direito de atuar, não posso manipulá-la. Casei-me com ela, não a comprei num armarinho, como se fosse um objeto de adorno. Não posso fazer com que ela seja o que me parece que deva ser. Amo-a tal como é, em sua incompleticidade, em sua busca, em sua vocação de ser, ou então não a amo. Se a domino e se me agrada dominá-la, se ela é dominada e se lhe agrada sê-lo, então em nossas relações não existe amor, mas sim patologia de amor: sadismo em mim, masoquismo nela.

Do mesmo modo e pelas mesmas razões, não posso esmagar meus filhos, considerá-los como coisas que levo para onde me pareça melhor. Meus filhos, como eu, são devenir. São, corno eu, buscas. São inquietações de ser, tal como eu.

Não posso, igualmente, coisificar meus alunos, coisificar o povo, manipulá-los em nome de nada. Por vezes, ou quase sempre, para justificar tais atos, indiscutivelmente desrespeitosos da pessoa, busca-se disfarçar seus objetivos verdadeiros com explicações messiânicas. É necessário, dizem, salvar essas pobres massas cegas das influências malsãs. E, com essa salvação, o que pretendem os que assim atuam é salvarem-se a si mesmos, negando ao povo o direito primordial de dizer a sua palavra.

Sublinhemos, todavia, um ponto que não se deve esquecer. Ninguém pode buscar sozinho. Toda busca no isolamento, toda busca movida por interesses pessoais e de grupos, é necessariamente uma busca contra os demais. Conseqüentemente, uma falsa busca. Tão somente em comunhão a busca é autêntica. Essa comunhão, contudo, não pode ocorrer se alguns, ao buscarem, transformam-se em contrários, antagônicos dos que proíbem que busquem. O diálogo entre ambos se torna impossível e as soluções que os primeiros procuram para amenizar a distância em que se encontram com relação aos segundos não ultrapassam - nem jamais o poderiam - a esfera do assistencialismo. No momento em que superassem essa esfera e resolvessem buscar em comunhão, já não seriam antagônicos dos segundos e, portanto, já não proibiriam que esses buscassem. Teriam renunciado à desumanização, tanto dos segundos como de si mesmos (dado que ninguém pode humanizar-se ao desumanizar) e adeririam à humanização. O ponto de partida dessa busca está no próprio homem. Mas, como não há homem sem mundo, o ponto de partida da busca se encontra no homem-mundo, isto é, no homem em suas relações com o mundo e com os outros. No homem em seu aqui e seu agora. Não se pode compreender a busca fora desse intercâmbio homem-mundo. Ninguém vai mais além, a não ser partindo daqui. A própria "intencionalidade transcendental", que implica na consciência do além-limite, só se explica na medida em que, para o homem, seu contexto, seu aqui e seu agora, não sejam círculos fechados em que se encontre. Mas, para superá-los, é necessário que esteja neles e deles seja consciente. Não poderia transcender seu aqui e seu agora se eles não constituíssem o ponto de partida dessa superação.

Nesse sentido, quanto mais conhecer, criticamente, as condições concretas, objetivas, de seu aqui e de seu agora, de sua realidade, mais poderá realizar a busca, mediante a transformação da realidade. Precisamente porque sua posição fundamental é, repetindo Marcel, a de "estar em situação", ao debruçar-se reflexivamente sobre a "situacionalidade", conhecendo-a criticamente, insere-se nela. Quanto mais inserido, e não puramente adaptado à realidade concreta, mais se tomará sujeito das modificações, mais se afirmará como um ser de opções.

Dessa forma, o objetivo básico de sua busca, que é o ser mais, a humanização, apresenta-se-lhe como um imperativo que deve ser existencializado. Existencializar é realizar a vocação a que nos referimos no começo desta exposição.

Pois bem; se falamos da humanização, do ser mais do homem - objetivo básico da sua busca permanente -, reconhecemos o seu contrário: a desumanização, o ser menos. Ambas, humanização e desumanização, são possibilidades históricas do homem como um ser incompleto e consciente de sua incompleticidade. Tão somente a primeira, contudo, constitui sua verdadeira vocação. A segunda, pelo contrário, é a distorção da vocação. Se admitíssemos que a desumanização, como algo provável e comprovado na história, instaurasse uma nova vocação do homem, nada mais haveria a fazer, a não ser assumir uma posição cínica e desesperada. Essa dupla possibilidade - a da humanização e a da desumanização - é um dos aspectos que explicam a existência como um risco permanente. Risco que o animal não corre, por não ter consciência de sua incompleticidade, de um lado, e por não poder animalizar o mundo, não se poder desanimalizar, de outro. O animal, em qualquer situação em que se encontre, no bosque ou num zoológico, continua sendo um "ser em si". Mesmo quando sofre com a mudança de um lugar para outro, seu sofrimento não afeta a sua animalidade. Não é capaz de se perceber "desanimalizado". O homem, por sua vez, como um "ser para si", se desumaniza quando é submetido a condições concretas que o transformam num "ser para outro".

Ora, uma educação só é verdadeiramente humanista se, ao invés de reforçar os mitos com os quais se pretende manter o homem desumanizado, esforça-se no sentido da desocultação da realidade. Desocultação na qual o homem existencialize sua real vocação: a de transformar a realidade. Se, ao contrário, a educação enfatiza os mitos e desemboca no caminho da adaptação do homem à realidade, não pode esconder seu caráter desumanizador.

Analisemos, ainda que brevemente, essas duas posições educativas; uma, que respeita o homem como pessoa; outra, que o transforma em "coisa".
Iniciemos pela apresentação e crítica da segunda concepção, em alguns dos seus pressupostos.

Daqui por diante, essa visão chamaremos de concepção "bancária" da educação, pois ela faz do processo educativo um ato permanente de depositar conteúdos. Ato no qual o depositante é o "educador" e o depositário é o "educando".

A concepção bancária - ao não superar a contradição educador-educando, mas, pelo contrário, ao enfatizá-la, não pode servir senão à "domesticação" do homem.

Da não superação dessa contradição, decorre:

a) que o educador é sempre quem educa; o educando, o que é educado;
b) que o educador é quem disciplina; o educando, o disciplinado;
c) que o educador é quem fala; o educando, o que escuta;
d) que o educador prescreve; o educando segue a prescrição;
e) que o educador escolhe o conteúdo dos programas; o educando o recebe na forma de "depósito";
f) que o educador é sempre quem sabe; o educando, o que não sabe;
g) que o educador é o sujeito do processo; o educando seu objeto.

Segundo essa concepção, o educando é como se fosse uma "caixa" na qual o "educador" vai fazendo seus "depósitos". Uma "caixa" que se vai enchendo de "conhecimentos", como se o conhecer fosse o resultado de um ato passivo de receber doações ou imposições de outros.

Essa falsa concepção de educação, que toma o educando passivo e o adapta, repousa numa igualmente falsa concepção do homem. Uma distorcida concepção de sua consciência. Para a concepção "bancária", a consciência do homem é algo espacializado, vazio, que vai sendo preenchido com pedaços de mundo que se vão transformando em conteúdos de consciência. Essa concepção mecanicista da consciência implica, necessariamente, em que ela esteja permanentemente recebendo pedaços da realidade que penetrem nela. Não distingue, por isso, entre entrada na consciência e tornar-se presente à consciência. A consciência só é vazia, adverte-nos Sartre, na medida mesma em que não está cheia de mundo.

Mas, se para a concepção "bancária" a consciência é essa caixa que deve ser preenchida, é esse espaço vazio à espera do mundo, a educação é então esse ato de depositar fatos, informações semimortas, nos educandos.

A esses nada mais resta senão, pacientemente, receberem os depósitos, arquivá-los, memorizá-los, para depois repeti-los. Na verdade, a concepção bancária termina por arquivar o próprio homem, tanto o que faz o depósito como quem o recebe, pois não há homem fora da busca inquieta. Fora da criação, da recriação. Fora do risco da aventura de criar. (...)”

ps: Trecho de palestra realizada em Santiago-Chile (1967), sob o patrocínio da OEA, do governo do Chile e da Universidade do Chile. Publicada in: FREIRE, Paulo. Uma educação para a liberdade - Instituto Paulo Freire.

( Paulo Freire - "Biografia" - 1921/1997 )
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20/Setembro/2006:

“ O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA HUMANIZAÇÃO - Parte Final ”
- ... A concepção humanista e libertadora da educação, ..., estimula a criatividade humana ...
é Biófila e não Necrófila ... -

“(...) A inquietação fundamental dessa falsa concepção é evitar a inquietação. E frear a impaciência. E mistificar a realidade. E evitar a desocultação do mundo. E tudo isso a fim de adaptar o homem.

A clarificação da realidade, sua compreensão crítica, a inserção do homem nela - tudo isso é uma tarefa demoníaca, absurda, que a concepção bancária não pode suportar.

Disso resulta que os educandos inquietos, criadores e refratários à coisificação, sejam visto por essa concepção desumanizante como inadaptados, desajustados ou rebeldes.

A concepção bancária, por fim, nega a realidade de devenir. Nega o homem como um ser da busca constante. Nega a sua vocação ontológica de ser mais. Nega as relações homem-mundo, fora das quais não se compreende nem o homem nem o mundo. Nega a criatividade do homem, submetendo-o a esquemas rígidos de pensamento. Nega seu poder de admirar o mundo, de objetivá-lo, do qual resulta o seu ato transformador. Nega o homem como um ser da práxis. Imobiliza o dinâmico. Transforma o que está sendo no que é, e assim mata a vida. Desse modo, não pode esconder a sua ostensiva marca necrófila. A concepção humanista e libertadora da educação, ao contrário, jamais dicotomiza o homem do mundo. Em lugar de negar, afirma e se baseia na realidade permanentemente mutável. Não só respeita a vocação ontológica do homem de ser mais, como se encaminha para esse objetivo. Estimula a criatividade humana.

Tem do saber uma visão critica; sabe que todo o saber se encontra submetido a condicionamentos histórico-sociológicos. Sabe que não há saber sem a busca inquieta, sem a aventura do risco de criar. Reconhece que o homem se faz homem na medida em que, no processo de sua hominização até sua humanização, é capaz de admirar o mundo. É capaz de, despreendendo-se dele, conservar-se nele e com ele; e, objetivando-o, transformá-lo. Sabe que é precisamente porque pode transformar o mundo que o homem é o ser da práxis ou um ser que é práxis. Reconhece o homem como um ser histórico. Desmistifica a realidade, razão por que não teme a sua desocultação. Em lugar do homem-coisa adaptável, luta pelo homem-pessoa transformador do mundo. Ama a vida em seu devenir.

É biófila e não necrófila.

A concepção humanista, que recusa os depósitos, a mera dissertação ou narração dos fragmentos isolados da realidade, realiza-se através de uma constante problematização do homem-mundo. Seu que fazer é problematizador, jamais dissertador ou depositador.

Assim como a concepção recém-criticada, em alguns de seus ângulos, não pode operar a superação da contradição educador-educando, a concepção humanista parte da necessidade de fazê-lo. E essa necessidade lhe é imposta na medida mesma em que encara o homem como ser de opções. Um ser cujo ponto de decisão está ou deve estar nele, em suas relações com o mundo e com os outros.

Para realizar tal superação, existência que é a essência fenomênica da educação, que é sua dialogicidade, a educação se faz então diálogo, comunicação. E, se é diálogo, as relações entre seus pólos já não podem ser as de contrários antagônicos, mas de pólos que conciliam.

Se, na concepção bancária, o educador é sempre quem educa, e o educando é quem é educado, a realização da superação, na concepção humanista, faz surgir:

a) não mais um educador do educando;
b) não mais um educando do educador;
c) mas um educador-educando com um educando-educador.

Isso significa:
1) que ninguém educa a ninguém;
2) que ninguém tampouco se educa sozinho;
3) que os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo

A concepção humanista, problematizante, da educação, afasta qualquer possibilidade de manipulação do educando. De sua adaptação. Disso resulta que, para os que realmente são capazes de amar o homem e a vida, para os biófilos, o absurdo está não na problematização da realidade, que minimiza e esmaga o homem, mas no mascaramento dessa realidade que desumaniza.

Enquanto a concepção bancária implica naquela distorcida compreensão da consciência e a entende como algo espacializado no homem, como algo vazio que deve ser preenchido, a concepção problematizante encara o homem como um corpo consciente. Em lugar de uma consciência "coisa", a concepção humanista entende, com os fenomenólogos, a consciência como um abrir-se do homem para o mundo. Não é um recipiente que se enche, é um ir até ao mundo para captá-lo. O próprio da consciência é estar dirigida para algo. A essência de seu ser é a sua intencionalidade (intentio, intendere); é por isso que toda a consciência é sempre consciência de. Mesmo quando a consciência realiza o retomo a si mesma, "algo tão evidente e surpreendente como a intencionalidade" (Jaspers) continua consciência de. Nesse caso, consciência de consciência, consciência de si mesma . Na "retro-reflexão", na qual a consciência se intenciona a si mesma, o eu "é um e é duplo". Não deixa de ser um eu para ser uma coisa para a qual sua consciência se intencionasse. Continua sendo um eu que se volta intencionalmente sobre si, um eu que não se cinde.

Enquanto a concepção anteriormente criticada, que trata da consciência de um modo naturalista, estabelece uma separação absurda entre consciência e mundo, para a visão agora discutida consciência e mundo se dão simultaneamente. Intencionada para o mundo, este se faz mundo da consciência.

A concepção "bancária", não podendo realmente apagar a intencionalidade da consciência, consegue contudo, em grande medida, "domesticar" sua reflexibilidade. Disso resulta que a prática dessa concepção constitui um doloroso paradoxo quando é vivida por pessoas que se dizem humanistas.

A concepção problematizadora da educação, ao contrário, ao colocar o homem-mundo como problema, exige uma posição permanentemente reflexiva do educando. Esse não é mais a caixa passiva, que vai sendo preenchida, mas é um corpo consciente, desafiado e respondendo ao desafio. Diante de cada situação problemática com que se depara, sua consciência intencionada vai captando as particularidades da problemática total, que vão sendo percebidas como unidades em interação pelo ato reflexivo de sua consciência, que se vai tomando crítica.

Enquanto para a concepção "bancária" o que importa é depositar informes, sem nenhuma preocupação com o despertar da reflexão critica (ao contrário, evitando-a), para a concepção humanista o fundamental reside nesse despertar, que se deve cada vez mais explicitar.

A concepção problematizadora da educação sabe que, se o essencial do ser da consciência é a sua intencionalidade, seu abrir-se para o mundo, este - como mundo da consciência - se constitui como "visões de fundo" da consciência intencionada para ele.

No marco dessa "visão de fundo", todavia, nem todos os seus elementos se tornam presentes à consciência como "percebidos destacados em si". A concepção problematizadora, ao desafiar os educandos através de situações existenciais concretas, dirige seu olhar para eles, com o intuito de que aquilo que antes não era percebido destacado passe a sê-lo.

Dessa forma, a educação se constitui como verdadeiro que fazer humano. Educadores-educandos e educandos-educadores, mediatizados pelo mundo, exercem sobre ele uma reflexão cada vez mais crítica, inseparável de uma ação também cada vez mais crítica. Identificados nessa reflexão-ação e nessa ação-reflexão sobre o mundo mediatizador, tornam-se ambos - autenticamente - seres da práxis. ”

ps: Trecho do Resumo de palestras realizadas numa conferência ocorrida em Maio de 1967, em Santiago-Chile, sob o patrocínio da OEA, do governo do Chile e da Universidade do Chile. Publicado in: FREIRE, Paulo.Uma educação para a liberdade. 4a ed. Textos Marginais 8, Porto: Dinalivro, 1974, p. 7-21 - Instituto Paulo Freire.

( Paulo Freire - "Biografia" - 1921/1997 )
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A Nossa Opinião: Até este momento, infelizmente mais um momento sórdido para o país, onde a sanguessugas e mensaleiros foram adicionados 'compradores de dossiês'..., nunca havíamos nos debruçado sobre o autor e educador Paulo Freire, até por considerá-lo como um dos responsáveis pelo atual estado anárquico da educação pública brasileira, visto ver o seu nome proferido em tantos discursos que o colocam como idealizador do atual sistema de ensino. Nestes dois dias, todavia, quando comemoramos seu aniversário de natalício, tomamos a coragem de superar este pré-conceito e publicar - além de refletir - sobre os pensamentos desse autor... e a conclusão a que chegamos é surpreendente: o atual estado de caos institucionalizado em que se encontra a educação pública brasileira NÃO TEM NADA A VER COM AS IDÉIAS DE PAULO FREIRE !!!

Talvez tenha a ver, sim, com a sua leitura e interpretação totalmente equivocadas, feitas por mentes desequilibradas, enfermiças, inescrupulosas ou simplesmente limitadas..., que não conseguiram captar a pedra angular contida na proposta desse grande mestre, que não prega a desordem e a indisciplina, muito menos a falta de respeito ou a entrega de diplomas - inclusive universitários - a semi-analfabetos, mas prega sim, de maneira muito clara e objetiva a necessidade de substituição da educação bancária - leia-se a formação de ROBÔS a serviço de interesses vários - pela educação humanista, ou seja, a formação de livre-pensadores que consigam, por si mesmos, DUVIDAR, QUESTIONAR e CRITICAR - a tríade da ciência - quaisquer sistemas ou verdades temporais que se lhes queiram ministrar, no exercício pleno da sua capacidade de raciocínio, como verdadeiros seres pensantes, no intuito de colaborarem, de forma verdadeiramente pró-ativa e não hipócrita, para a transformação deste mundo, onde vige a mentira, em um mundo renovado onde possa reinar a VERDADE, a PAZ e a FELICIDADE, objetivos maiores do ser-humano, aos quais somente pode aspirar através do seu esforço no 'conhece-te a ti mesmo' e 'faze ao próximo somente aquilo que gostaria que te fizessem'...
(Eng. Celio Franco - Gestor do Portal NSP)

21/Setembro/2006:

“ FESTIVAL DE ESCÂNDALOS ”
- ... Ninguém sabe de onde veio o dinheiro - canalhas !!!... -

“ Pipocam escândalos por todos os lados. Parecem fogos de artifícios às vésperas do dia de São João. O presidente Nixon, dos EUA, renunciou ao mandato apenas porque alguns elementos do seu partido andaram vasculhando alguns arquivos do partido opositor, no edifício Watergate. Ficando o episódio conhecido como caso Watergate.

O povo brasileiro anda envergonhado, enxovalhado e encurralado por essas cascatas de escândalos que acontecem quase todos os dias. O que a população do país almeja é punição para os responsáveis sejam eles um simples contínuo de gabinete, ministro ou o próprio presidente. Fazem-se um jogo de “empurra com a barriga” das patifarias e a única punição visível foi a perda de alguns mandatos. Os acusados continuam rindo na nossa cara, de posse do dinheiro roubado e muitos ainda estão no horário gratuito do TRE, pedindo votos.

O país perde credibilidade no exterior. As outras nações desenvolvidas e as emergentes nos tratam como república de bananas. Na véspera de uma eleição para se eleger um novo presidente e reformar as casas legislativas não é justo o eleitor conviver com tantos equívocos e contravenções. Já está na hora de passar o Brasil a limpo. ”

( Cel. José Batista Pinheiro - "Grupo Guararapes" - 1930/**** )
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PULHAS: Indivíduo sem caráter, sem dignidade, sem brio; pelintra, biltre, patife. Essa a definição de PULHA. Novo escândalo. Novos nomes – Freud Godoy – Valdebran Padilha da Silva, Gedimar Pereira Passos juntam-se aos de POLETTO – PALOCCI – VALDEMAR DA COSTA NETO – DELÚBIO – VALÉRIO e outros. Sempre dinheiro e muito dinheiro. Dólar na cueca – dólar no quarto do hotel – dólar de Cuba – dólar no exterior – e mais bilhões de reais em toda essa safadeza. Todos os PULHAS SÃO CEGOS, SURDOS E MENTIROSOS.

Parece que no Brasil dinheiro nasce em árvore.
NINGUÉM SABE DE ONDE VEIO O DINHEIRO! CANALHAS!

VOCÊ É UM BRASILEIRO!
VOCÊ NÃO VOTA EM PULHA!
AJUDE A DERROTAR OS PULHAS!

ESTAMOS VIVOS! GRUPO GUARARAPES !!!

( Gal. Torres de Melo - "Grupo Guararapes" - 1924/**** )

*** COMUNICADO ***

O escritor Yves Hublet, aquele que bengalou José Dirceu, é um dos organizadores do DIA NACIONAL DA VERGONHA NA CARA, marcha de protesto contra a reeleição da LULLA e de outros políticos do mesmo calibre...

Este ato está marcado para o dia 24/setembro, em frente da Praça dos 3 Poderes, em BRASÍLIA, à partir das 17:00 horas; a marcha correu o risco de não se realizar, pois o Chefe de Gabinete/RA, do GDF - Armando Siqueira Cortes Neto - condicionou sua liberação à autorização da Presidência da República, do Congresso e do Judiciário.... Nossa pergunta: será que o MLST obteve todas essas autorizações quando decidiu invadir e quebrar o Congresso ??... ou será que aos amigos do governo não se exigem...

Como, para um evento semelhante - realizado no mesmo local em 21/Maio - não foi exigido nada igual, Yves Hublet e seus amigos vão realizá-lo do mesmo modo.

É o primeiro movimento de desobediência civil - pacífico - a acontecer em Brasília. O escritor diz se inspirar em Mahatma Gandhi, que conseguiu a independência da India usando este método... Queremos aqui lembrar também o livro "Desobediência Civil" - CLICK AQUI -, de Thoreau, que mantemos publicado neste portal...
(Eng. Celio Franco - Gestor do Portal NSP)

22/Setembro/2006:

“ EXPLICANDO POLÍTICA ÀS CRIANÇAS II ”
- ... Pois é isso que é o VOTO: abro mão do meu direito de exercer diretamente o meu poder e o transfiro para um outro, em quem confio. Esse outro será o meu "representante" ... -

“Meninos e meninas: eu estava contando como tudo começou, esse jogo chamado política, parecido com o jogo de xadrez e suas peças, faraós, reis, imperadores, czares, deputados, senadores, juntas militares, generalíssimos, eminências pardas, eleições, muito dinheiro, tudo misturado, tudo se movendo sobre um tabuleiro quadriculado chamado poder. Aquelas avenidas horizontais, verticais e oblíquas desenhadas no tabuleiro são as avenidas do poder. É necessário conhecer as avenidas do poder para se jogar o jogo da política.

Mas há uma diferença: no jogo do xadrez todas as avenidas são visíveis e claras. O xadrez é um jogo transparente. O jogo da política é mais complicado: há muitas avenidas de poder no lado oculto do tabuleiro, o lado que ninguém vê... O jogo da política é o jogo da não-transparência, razão por que só os bobos acreditam no que vêem. Todas as CPIs, apurações, investigações e depoimentos existem a fim de trazer o lado oculto do poder à visibilidade. Mas, como se sabe, bichos que vivem no lado debaixo do tabuleiro, escondidos, tais como as lacraias, piolhos de cobra, centopéias, miriápodos, escorpiões, vermes e lesmas, não gostam de ser vistos. Fazem tudo para que o tabuleiro do poder não seja revirado.

Quando o tabuleiro é revirado é aquele susto. Primeiro, susto dos que viviam escondidos no escuro que se põe então a correr, em busca do escuro... Segundo, susto dos que viviam no claro: eles nunca haviam imaginado que o lado escondido do tabuleiro do poder fosse assim tão repulsivo !!!

E há uma pecinha sem importância, sem vontade própria, que vai sendo empurrada para lá e para cá, chamada povo. Para o povo vale o aforismo: “ Os elefantes, quer façam amor quer façam a guerra, a grama sempre sofre”. O povo é a grama...

O fim do jogo se anuncia com a expressão “xeque mate” que, segundo suas origens etimológicas, no pérsico que dizer “o rei está morto”.

E foi precisamente assim que nossa primeira lição de política terminou: as cabeças do rei e da rainha da França haviam sido cortadas pela guilhotina, os cidadãos celebrando alegremente numa praça, sem pipoqueiros e vendedores de espetinhos. Num outro lugar, fechado para que ninguém visse, todos os membros da família real da Rússia, inclusive as crianças, estavam caídas em poças de sangue, perfuradas pelas balas dos vencedores. Isso, para que nenhum tolo tivesse a esperança da volta. Os vencedores estão sempre acima do bem e do mal... Esse evento ainda é celebrado como um marco monumental na evolução histórica de humanidade ...!!!

O “xeque mate” marca o fim do jogo de xadrez. O rei morto marca o fim de um jogo político, cujas regras eram definidas por um “contrato social”. Então, para que a morte do rei não signifique a volta ao estado de “guerra de todos contra todos”, é necessário que se definam novas regras. Novo paradigma. E como foi o “povo” que pôs fim ao jogo antigo, é justo que seja o povo que estabeleça as regras do novo jogo. “O poder pertence ao povo”: essa foi a regra fundamental estabelecida. Com justiça absoluta. Se você não sabe, essa é a essência da democracia. A palavra democracia vem da junção de duas palavras gregas: “demos”, que quer dizer “povo” e “kratein” que quer dizer “governar”. Governo do povo e para o povo: haverá coisa mais bonita?

Acontece que as coisas são mais fáceis na teoria que na prática. É fácil sonhar com o vôo. É difícil fazer um avião. É fácil sonhar com o ideal democrático. É muito difícil transformá-lo numa máquina que funcione...

Como criar um sistema político em que seja o povo que exercita o poder? Em Atenas, cidade considerada o berço da democracia, esse problema se resolvia de forma simples: os cidadãos livres se reuniam numa praça, debatiam as questões e votavam. A proposta que tivesse mais votos ganhava. Isso era fácil porque Atenas era uma cidade pequena. Mas como reunir os cidadãos de Paris, de Moscou, de Roma? A primeira dificuldade seria colocá-los juntos numa praça. A segunda dificuldade seria fazê-los ouvir as propostas ( não havia alto-falantes). A terceira dificuldade seria fazê-los entender as propostas... Há muitos problemas sobre os quais o povo nada sabe. Podem os ignorantes tomar decisões sobre assuntos que ignoram? A maioria é sempre mais sábia? Se o seu filho estiver doente, você vai acreditar no diagnostico de um único médico ou no diagnóstico da família inteira reunida? Em muitas situações a sabedoria se encontra no “um” e não nos “muitos” !!!

A solução encontrada se baseava num pressuposto filosófico: os cidadãos são seres racionais. Eles sabem o que é bom para eles. Assim, tratava-se de escolher um cidadão, dentre os muitos, que representasse os pensamentos e desejos gerais. Essa pessoa assim escolhida se tornaria, então, “representante” de todos aqueles que haviam votado nela. Pois é isso que é o voto: abro mão do meu direito de exercer diretamente o meu poder e o transfiro para um outro, em quem confio. Esse outro será o meu “representante”. Não só meu, mas de todas as pessoas que tiverem votado nele. Assim, o voto seria o exercício racional da vontade do povo que, conhecedor das alternativas que se abrem, opta por aquela que lhe parece mais sábia. O voto seria, ao mesmo tempo, um exercício de poder e de sabedoria. Democracia só faz sentido com um povo sábio. A partir disso formam-se os partidos. Um partido é o conjunto daqueles que, juntos, querem que o barco navegue numa determinada direção. Há partidos que querem que o barco continue em frente. Outros preferem a direita. E há aqueles que querem que o barco navegue para a esquerda. Há ainda uns outros que querem que o barco fique dando voltas...

E foi assim que se formou a democracia, governo do povo pelo povo, povo inteligente, que sabe o que quer, que, por meio do voto escolhe os seus representantes que, em seu nome, irão exercer o poder...

Com o passar do tempo descobriu-se que era muito fácil eleger um representante. O difícil era tirá-lo do poleiro do poder. O poder é um pássaro que não abandona o poleiro. Tem garras fortes. O que fazer quando o pássaro não quer deixar o poleiro? Continuaremos depois...

* * *

“Ô vida, meu Deus. Pior é que eu já perdi a inocência para os partidos... Então, quando falam em ‘os estudantes’ ou ‘as donas de casa’, eu saio no meio do discurso, sejam quem for, porque não acredito que a humanidade se salvará por uma de suas classes. Não quero ser governada por operários enfatuados, deslumbrados por terem a chave do cofre. Quero que me governe um homem bom e justo, que cuide para que, chegando a noite todo mundo vá dormir cedo e cansado com tanto trabalho que tinha pra fazer e foi feito. Nem me importa se quem manda é rei vindo em linha direta de Salomão...” - Dito pela Adélia Prado, para o meu conforto.

ps: crônica publicada no Correio Popular em 10/Jul/2005 - CLICK e veja o Número III.

( Rubem Alves - 'Biografia' - 1959/**** )
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25/Setembro/2006:

“ NOTA DOS CLUBES MILITARES ”
- ... a Nação a tudo assistiu, aturdida pela desfaçatez de homens públicos e membros do governo ... -

“Rio de Janeiro, 21 de setembro de 2006,

Em meados de 2005, explodiu o escândalo do chamado “mensalão”, a
partir do flagrante preparado contra um funcionário desonesto e das
denúncias abertas de um Deputado ameaçado pela armação que se preparava
para fazê-lo o “bode expiatório”.

A Nação a tudo assistiu, aturdida pela desfaçatez de homens públicos e
membros do governo.

A partir de então, todos os dias são tornados públicos novos
escândalos, sempre envolvendo pessoas próximas ao Governo, ao Presidente
ou ao seu Partido.
As demissões, forçadas pelas circunstâncias e pelo constrangimento
político, nunca foram acompanhadas de completa apuração e das punições
necessárias.

A sucessão de casos escabrosos e de atos de corrupção já não
surpreende o brasileiro honesto.

Nesta semana, surge outro escândalo. Uma tentativa de
comprometimento de dois candidatos a cargos executivos com o “caso da
compra das ambulâncias”, mediante a negociação fraudulenta de suposto
“dossiê”. Chantagem ou denúncia, mas com a evidente intenção de
desqualificar concorrentes eleitorais. Novamente, envolvendo assessor do
Presidente, pessoas importantes na hierarquia do seu Partido e dinheiro de
procedência duvidosa.

Já se torna evidente que a corrupção não é somente um ilícito do qual
se beneficiam pessoas e grupos, mas sim algo que se transformou em meio de
conquista e manutenção do poder.

A sensação é de perigo iminente à Democracia. Por isso os Clubes
Naval, Militar e de Aeronáutica, por seus Presidentes, sentem-se no dever de
manifestar, publicamente, sua indignação com esse estado de coisas e de
ressaltar a importância das próximas eleições como instrumento à disposição
do povo brasileiro para o saneamento da vida política nacional.”

Alte. Esq. José Julio Pedrosa
Presidente do Clube Naval
Gal. Ex. Gilberto B de
Figueiredo
Presidente do Clube Militar
Ten. Brig. Ivan Moacyr da Frota
Presidente do Clube de Aeronáutica

( Clubes Militares - 'Biografia' - ****/**** )
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26/Setembro/2006:

 

EM ANÁLISE, NA CÂMARA FEDERAL, O GROTESCO PROJETO DE LEI 7109/06 ”
- ... enquanto o país chafurda na lama da corrupção e da falta de ética... deputados se preocupam em criar um novo cartório neste país... Desta vez, o alvo é a nossa área: T.I. - Tecnologia da Informação ... -

“ Este repúdio/apelo está sendo enviado à
Câmara Federal, ao Senado da República,
ao Palácio do Planalto, Ministérios,
Mídia Nacional, POVO BRASILEIRO e
Governos Paulistas ”

“A nossa época deve mesmo passar, à história do BRASIL, como um tempo onde abundavam as leis, os cartórios e os conselhos... em todas as suas nuances... e inexistia a prática da mínima justiça... em qualquer instância... Por isso, talvez, a vilipendiada TÊMIS - a deusa da justiça -, prefira manter os seus olhos vendados... a ver o que por aqui fazem em seu nome... Pode ser que os alemães - os que a vendaram -, assim como outros povos mais moralizados, consigam conviver, respeitosamente, com uma deusa vendada... Todavia, com absoluta certeza, nós brasileiros precisamos da deusa original, com os olhos austeros e bem abertos para enxergar o mar de maracutaias com que tentam lhe enganar...

É bom frisar que aqui não pretendemos ferir suscetibilidades, sejam partidárias ou pessoais, ou mesmo desrespeitar opiniões contrárias... Afinal, entendemos ainda viver numa democracia... onde todos têm o direito de questionar, duvidar, criticar, opinar e divergir livremente !!!

Dito isso, queremos expressar o nosso veemente repúdio, tanto a este projeto do deputado abaixo referido, como a qualquer outro que objetive aumentar, ainda mais, neste já esfarrapado Brasil, a quantidade de cartórios, conselhos e outros tipos de 'poleiros', para serem ocupados por simpatizantes, militantes e puxa-sacos de várias espécies..., sejam esses de esquerda, de direita, de centro ou de qualquer outro canto... Nos idos de 1984/85, já na condição de analista de sistemas de um grande grupo financeiro, vimos com alegria ser barrada uma tentativa de se implantar esta barbaridade... Todavia, vemos que, vinte anos depois, voltam à carga..., visando atender a uma infinidade de interesses escusos com esses "Conselhos" e com essa "Regulamentação"... nenhum deles, é lógico, voltado à área tecnológica ou aos profissionais que nela militam, mas tão somente à velha e conhecida politicagem... haja visto o elevado número de profissionais que serão coagidos/assaltados pelas contribuições anuais a esses conselhos... que nada fazem, na grande maioria das áreas onde já existem... A você, que é um profissional 'regulamentado', perguntamos: o que o seu Conselho tem feito de BOM, de verdadeiramente ÚTIL por você, como pessoa e como profissional ???

Com honrosas exceções, pelo que temos visto, não servem a nada ou quase nada, além de tomar - legalmente -, o dinheiro da anuidade dos profissionais das suas respectivas 'categorias'... e sustentar os seus diretores e funcionários... e alguns 'politiqueiros de plantão' em épocas de eleição !!!

Há alguns meses vimos um outro deputado - cujo nome ou partido não mais nos lembramos -, querendo implantar uma lei para coibir - com multas - a prática de SPAM nos e-mails... Ele somente se esqueceu que a internet não é brasileira, mas mundial... - um mero detalhe - além do que, como todo usuário afoito e mal informado, provou desconhecer por completo o sustentáculo desta tecnologia - os protocolos TCP/IP -, assim como a pedra angular sob a qual foi assentada e se desenvolveu a internet: a LIBERDADE !!!

Sem dúvida, a prática do SPAM é terrível..., assim como a do TELEMARKETING intrusivo ou das MALAS DIRETAS insistentes..., e do mesmo modo como desligamos o telefone ou jogamos no lixo as cartas indesejadas, simplesmente podemos EXCLUIR ou BLOQUEAR os e-mails indesejados... Conviver com estas mazelas é o preço a pagar pelo uso da tecnologia, simples assim... sem a necessidade de nenhuma nova LEI !!! Pior que os SPAMMERs são os SCAMMERs e os HACKERs, que tentam roubar o nosso dinheiro... pior ou igual a eles é termos que pagar impostos e pedágios absurdos, multas escorchantes e tarifas telefônicas, de água e luz, criminosas, sem ter nem mesmo como escapar ou a quem recorrer...

Queremos aqui abrir um pequeno parênteses para defender o GOOGLE - sem qualquer procuração - quando esta empresa se nega a divulgar os dados de seus usuários às autoridades brasileiras, ou a qualquer outra, em qualquer lugar. O espaço virtual é livre e deve continuar assim, e nele existe tanto gente BOA como MÁ... Cabe à polícia e às demais autoridades se estruturarem para esta nova realidade, mantendo tecnologia e profissionais competentes para investigar e descobrir os criminosos virtuais, às suas custas, utilizando-se de técnicas investigativas avançadas... e não ao GOOGLE ou a qualquer outro provedor, divulgar dados sigilosos sobre seus clientes, numa flagrante invasão de privacidade, tão danosa quanto a quebra de um sigilo bancário sem mandato judicial... de novo a história do BIG BROTHER - o original, de George Orwell-, se repete...

O máximo que poderia ocorrer, não somente em relação aos provedores de serviço, mas principalmente em relação aos BANCOS - e seus sistemas internet banking -, seria a obrigação de bem orientar os seus usuários, prevenindo-os quanto aos problemas e auxiliando-os nos mesmos, obrigação esta devidamente fiscalizada e com punição rigorosa... Além disso, a obediência a ordens judiciais, na forma da lei.

Aliás, a investigação, no mundo virtual, deve ser análoga à que ocorre no mundo real, também habitado por gente BOA - graças a DEUS em maior número -, mas também por gente da PIOR espécie... que precisa ser investigada, identificada, justiçada e retirada do convívio dos demais... acreditamos que um dia isso ocorra... dizem que a esperança é a última que morre...

Finalizando, e voltando ao tópico original, a tentativa absurda de se regulamentar uma área que não é passível de ser regulamentada... tentativa esta que somente pode ter partido de pessoas com um profundo desconhecimento das características e fundamentos da Tecnologia da Informação.... que atualmente se confunde, suporta e completa uma infinidade de outras áreas, tais como a TELECOM, a mecânica fina, a mecatrônica, a telemedicina, a automação industrial e comercial... chegando até mesmo ao direito, à propaganda e às novas mídias - internet, TV DIGITAL, etc... Devido a isso, apelamos aos senhores parlamentares - deputados e senadores- para que rejeitem sumariamente este grotesco projeto de lei, e que optem por fazer melhor uso do seu tempo, do seu salário e das suas verbas..., talvez com foco na moralização do Congresso Nacional... e na melhoria dos serviços prestados ao povo brasileiro - saúde, educação, trabalho, segurança...

Ademais, um outro apelo, que deve ser compartilhado por muita gente: dêem um basta na elaboração de tantas leis esdrúxulas, que fazem com que o brasileiro seja, a cada dia, mais ridicularizado, mais motivo de chacota... em qualquer país civilizado onde esteja, a trabalho ou a passeio... uma verdadeira lástima que nos amarga o coração... verde-amarelo-branco, azul anil,

NÓS TE AMAMOS, NOSSO BRASIL !!!

( Eng. Celio Franco - 'Biografia' - 1959/**** )
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PROFISSÕES - Projeto regulamenta atividades na área de informática

A Câmara analisa o Projeto de Lei 7109/06, do deputado Bonifácio de Andrada (PMDB-MG), que regulamenta as atividades profissionais relacionadas a informática, computação e sistemas de informação. Segundo a proposta, poderão exercer essas atividades os portadores de diploma universitário dos cursos de informática ou computação, processamento de dados, sistemas de informação e áreas correlatas reconhecidas pela legislação do ensino. Quem estudou no exterior deverá validar o diploma no Brasil.
Os tecnólogos e os formados em cursos seqüenciais e técnicos da área de informática e computação também poderão exercer a profissão, desde que observem as leis vigentes. Os profissionais que não tiverem formação superior ou técnica, mas que comprovarem por meio de documentos que trabalham na área há pelos cinco anos, poderão continuar trabalhando. No entanto, eles terão que regularizar a sua situação profissional no Ministério do Trabalho.

Conselhos
Caso o PL seja aprovado, o Executivo deverá enviar ao Congresso Nacional, no prazo de 60 dias, um projeto de lei criando o Conselho Federal de Informação e Computação e os conselhos regionais, estabelecendo as definições legais para a atividade profissional e sindical dessas áreas de trabalho.
Enquanto esses conselhos não forem implantados, o projeto estabelece que os profissionais com formação superior deverão registrar o diploma no Ministério do Trabalho.
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Educação e Cultura; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
( fonte: JORNAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
)

27/Setembro/2006:

EXPLICANDO POLÍTICA ÀS CRIANÇAS III ”
- ... E os representantes do povo, dominados por um único ideal: trabalhar para o bem comum... -

“ Tão bonita, a idéia da democracia! Melhor não há. Os cidadãos, educados, conscientes das suas necessidades, no exercício da sua liberdade, sem compulsões, sem enganos, escolhem por meio do voto aqueles que serão os seus representantes. Na cidade, os vereadores, no estado, os deputados estaduais, no país, os deputados federais e os senadores. Nada mais transparente. Nada mais honesto.

E os representantes do povo, dominados por um único ideal: trabalhar para o bem comum. No ato de se aceitarem como representantes do povo eles deixam de lado a sua vontade, os seus interesses privados, particulares. Tornaram-se depositários da vontade do povo. Quando pensam e agem não pensam e agem de acordo com os seus interesses. Apenas uma pergunta informa o seu pensar e o seu agir:
“É do interesse do povo?”

É assim que eu quero. É assim que todo mundo quer. Como é linda a democracia quando escrita no papel! O problema é que o que está escrito não é aquilo que é vivido.
O poder corrompe os ideais.

Faz muitos anos escrevi uma estória para grandes e pequenos sobre o que acontece na democracia. Era sobre um bando de ratos que vivia num buraco do assoalho de uma casa. Todo mundo sabe que ratos gostam de queijo. E havia um queijo enorme, amarelo, cheiroso, sobre a mesa da sala onde estava o buraco. Os ratos, de dentro do seu buraco, olhavam o queijo e sonhavam sobre o dia em que juntos, ordenadamente, alegremente, haveriam de comer o queijo. O queijo era grande para todos. Todos comeriam o queijo fraternalmente. Nenhum rato ficaria com fome. Que sonho mais bonito! Mas por que não comiam o queijo? Por causa do gato que guardava o queijo. O gato era o obstáculo que se interpunha entre os ratos e o queijo. Eliminado o gato seria o paraíso! É sempre assim: diante do gato todos os ratos são irmãos. E marchavam gritando palavras de ordem: “Os ratos, unidos, jamais serão vencidos...”

Pois não é que um dia o gato desapareceu? Para onde foi, ninguém sabe. Os ratos não podiam acreditar! Chegara a hora de realizar o seu sonho! A participação fraterna e socialista no bem supremo, o queijo. Correram para o queijo. Os ratos mais fortes, na frente. E os ratos fracos, humildemente, atrás, como na vida...

Aí uma metamorfose aconteceu. Ao chegar ao queijo os ratos perceberam que queijos sonhados não eram iguais aos queijos reais. Os queijos sonhados são infinitos: pode-se comer deles à vontade que não acabam. Mas os queijos reais, cada mordida de um é uma mordida a menos para o outro. E à fraternidade seguiu-se a luta. Não entre gatos e ratos, mas entre ratos e ratos. E os ratos, que até então só sabiam sorrir e viviam cantando canções de fraternidade, arreganharam os dentes afiados uns para os outros. E aí os ratos se dividiram em ratos gordos de dentes afiados e ratos magros que viviam amedrontados. E os ratos magros, de dentro do seu buraco, olhavam para os ratos gordos, comendo o queijo. E notaram então uma horrível transformação: os ratos gordos tinham a cara igualzinha à do gato. Porque, entre gato e rato a diferença é pouca: só uma letra...

Muitas pessoas sabem tudo sobre essa coisa que se chama política. Dentre todos os que mais sabem são os políticos por profissão, que se especializam na arte de não cair do cavalo. São capazes de montar touro, búfalo, vaca brava, cavalo selvagem, burro empacador, zebra... Cavalo vai, cavalo vem, o dito político não pisa o chão. Um exemplo insuperável na arte de montar cavalos sem cair está no senador José Sarney, da Academia Brasileira de Letras, autor do livro “Os marimbondos de fogo”. Por mais que o bicho corcoveie ele está sempre por cima. Esses são os políticos matreiros, malandros, que vivem mudando de cor, escorregadios. Sabem tudo sobre política mas não contam pra ninguém. E são sempre reeleitos democraticamente pelo povo. Eles sabem a arte de enganar o povo. De todas as criaturas que Deus Todo Poderoso criou, o povo é a mais boba, a mais enganável. No Paraíso, a Serpente estava em campanha eleitoral; era candidata. Sua fala serpentina foi preparada pelo Duda Mendonça, especialista na arte do engano. E Adão e Eva eram os eleitores, bobões, povo... Votaram sem saber no que estavam votando e deu nisso que deu.

Mas há também os cientistas políticos, gente séria em que se pode confiar, que não quer enganar ninguém. Mas eles escrevem tão complicado que somente aqueles que já sabem entendem o que eles dizem. O que eles dizem não ajuda o povo a pensar. O povo deseja pensar? O povo aprendeu, certo ou errado não interessa, que pensar não faz diferença. Então o melhor é não pensar. Pensar dá muito trabalho e não leva a nada...

Mas há uns tipos geniais, que são capazes de ensinar a política não como malandragem, não como ciência, mas como literatura. É o caso de George Orwell. Um dos seus livros é o 1984 (click aqui). Quando ele o escreveu o ano de 1984 estava tão longe! Orwell percebeu como ninguém que o poder é um jogo no qual a peça mais poderosa é a linguagem. É através da linguagem que o poder domina as pessoas por dentro. A paixão por um partido é um caso de perturbação psicótica da linguagem. O apaixonado alucina: toma a linguagem por realidade. O que se ama é aquilo que a linguagem marcou dentro de mim. Não se vota num candidato. Vota-se naquilo que se diz sobre ele. As CPIs são todas arenas onde se travam batalhas da linguagem. É a linguagem que dá credibilidade ao poder. Mas Orwell escreveu também um livrinho bem pequeno, uma fábula que até as crianças entendem, Animal Farm ( em português A revolução dos bichos ) que é uma delícia de clareza, sutileza, humor e terror... É a estória dos bichos de uma fazenda, cavalos, porcos, vacas, cabritos, patos, gansos, cachorros...Cansaram-se de ser explorados pelo fazendeiro e resolveram fazer uma revolução. Juntos, unidos, expulsaram o fazendeiro aos coices e dentadas. Estava terminada a primeira fase da revolução. Segunda fase: Era preciso que as leis fossem claras e transparentes e que expressassem a vontade de todos os animais. Para o conhecimento de todos, elas foram pintadas em letras enormes na parede de um paiol. A primeira lei era: “Todos os bichos são iguais”. Terceira fase: Quem serão os líderes? Terão de ser escolhidos democraticamente. E assim foi ( não vou contar quais foram os bichos escolhidos para líderes...) . Entretanto, depois que os líderes se assentaram no poder, coisas estranhas começaram a acontecer. Por exemplo: num belo dia, ao acordar, os animais viram que a primeira lei havia sido modificada. Estava lá escrito na parede do paiol: “ Todos os bichos são iguais. Mas alguns bichos são mais iguais que os outros...” Não vou contar o fim da parábola. O que importa é que Orwell percebeu a armadilha do poder: depois que se dá a um grupo o poder para determinar as leis, não há formas de impedir que ele estabeleça as leis que lhe são convenientes. Os que eram antes oprimidos, de posse do poder, se transformam em opressores. Será essa a ironia da história, que cada luta pela liberdade se transforme sempre numa nova forma de opressão? Parece que só pode ser partido ético o partido que não está no poder. O poder cria imperativos de outra ordem. ”

Já se disse que as grandes idéias vêem ao mundo mansamente, como pombas. Talvez, então, se ouvirmos com atenção, escutaremos em meio ao estrépito dos impérios e nações, um discreto bater de asas, o suave acordar da vida e da esperança. Alguns dirão que tal esperança jaz numa nação; outros, num homem. Eu creio, ao contrário, que ela é despertada, revivificada, alimentada, por milhões de indivíduos solitários, cujos atos e trabalho, diariamente negam as fronteiras e as implicações mais cruas da história. Como resultado brilha por um breve momento a verdade, sempre ameaçada, de que cada e todo homem, sobre a base de seus próprios sentimentos e alegrias, constrói para todos.” ( Albert Camus. Pronuncia-se “Camí”)

ps: crônica publicada no Correio Popular em 17/Jul/2005.

( Rubem Alves - 'Biografia' - 1959/**** )
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28/Setembro/2006:

“ VOTAR, SIM ”
- ... Temos que derrotar os valeriodutos, os vampiros, os gafanhotos, os caixa-dois, os mentirosos ... -

“Temos que VOTAR. Temos que lutar primeiro pelo segundo turno. Temos que votar na OPOSIÇÃO. Temos que derrotar os valeriodutos, os vampiros, os gafanhotos, os caixa dois, os mentirosos, os cafajestes, os que depredaram o Congresso, os que humilharam o Francenildo e os sanguessugas... entre outros...

Nem VOTO EM BRANCO, nem VOTO NULO, pois esses só beneficiam a estes bandidos !!!

Todos nós precisamos ter consciência de que o governo compra voto com o “bolsa família”, com as emendas de parlamentares. Que é tudo uma vergonha!

Você, que freqüenta a INTERNET, tenha consciência do seu valor, para que não possa amanhã criticar o governo, por não cumprir com suas obrigações, se ficar em casa assistindo a novela, ou só preocupado com os resultados do futebol. É o destino do País, seu e de sua família, dos seus vizinhos, que se encontra em jogo.

O verdadeiro cidadão não pode dizer que não vota por ter nojo da bandalheira que temos no País. Não somos nós os culpados? Quando deixamos de colocar na máquina a nossa escolha estamos deixando de cumprir com o nosso dever de bons cidadãos. Estaremos sendo, sim, desprezíveis cidadãos, faltando em contribuir para o bem de nosso País.

TEMOS QUE VOTAR.
A nossa LIBERDADE se encontra em jogo! Se a perdermos NÃO venhamos culpar a ninguém: culpemos a nós mesmos! Se fizermos a nossa parte, poderemos decidir por um destino melhor para todos!

VAMOS SALVAR O BRASIL!
VOTE! Vote contra o que aí está.Veja a triste situação que estamos vivendo e a desgraça para a qual estamos nos encaminhando!

O BRASIL É DO SEU POVO E NÃO DE UMA MINORIA CORRUPTA!

( Gal. Torres de Melo - "Grupo Guararapes" - 1924/**** )
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29/Setembro/2006:

“ EXPLICANDO POLÍTICA ÀS CRIANÇAS IV ”
- ... Aí veio a eleição. É preciso não esquecer que as eleições têm por objetivo escolher aqueles que terão o poder de fazer as leis ... -

“ Meninas e meninos: Às vezes, para explicar o comportamento dos homens, os escritores contam estórias. Pois hoje eu vou lhes contar uma estória:

“Houve uma briga na floresta acerca da dieta a ser adotada por todos os bichos. De um lado estavam as vacas, as ovelhas, os patos, as galinhas, as girafas, os macacos, os bichos-preguiça, que diziam que a melhor dieta era a vegetariana: capim, folhas, flores, frutos. Alegavam que as coisas que cresciam da terra eram ricas em vitaminas e faziam bem à saúde. Do outro lado estavam as piranhas, as hienas, os gambás, os lobos, as onças que, ao contrário, afirmavam que o melhor mesmo era uma dieta de carne, porque a carne é rica em proteínas, que são fontes de energia. ‘Quem come carne é mais forte’, diziam. A briga fez tamanha confusão que os bichos resolveram decidir o assunto por meio da coisa mais democrática possível. “Vamos fazer uma eleição!” Todos concordaram. “Pela eleição vamos escolher os bichos que vão decidir a questão, por meio de leis”. Todos concordaram de novo. E assim aconteceu. Formaram-se dois partidos. Os vegetarianos deram ao seu partido o nome de “Partido das Bananas”, porque as bananas, sem dúvida alguma, são as frutas que melhor representam a alma dos vegetarianos. Todo vegetariano gosta de banana. Além disso, há bananas em abundância na floresta. Ninguém ficará com fome. Os outros bichos se reuniram e pensaram que o nome do seu partido deveria ser “Partido do Churrasco”. Pois essa era a verdade: eles gostavam de comer carne. E o seu símbolo deveria ser uma lingüiça. “Partido da Lingüiça”: só de falar o nome a boca se enchia d’água...

Mas os carnívoros eram espertos. Sabiam que a verdade nem sempre deve ser dita. Perceberam que nenhum membro do Partido das Bananas iria votar num candidato do Partido da Lingüiça. Por uma razão simples: os bichos vegetarianos seriam aqueles que seriam transformados em churrasco. Os bifes das vacas, as lingüiças dos porcos, os peitos dos frangos, os perus assados, as coxas dos avestruzes... Todas as pesquisas do IBOPE indicavam que os vegetarianos ganhariam as eleições, por serem em número muito maior que os carnívoros. Assim, astutamente, reuniram-se para saber o que fazer. Um camaleão chamado Duda, carnívoro, apreciador de rinhas de galo - o sangue sempre o excitava -, pediu a palavra: “Companheiros”, ele disse, “guerras são ganhas enganando-se o inimigo. Essa é uma lição que aprendemos dos humanos. Os soldados se camuflam para chegar perto de suas presas. Vestem-se de forma a parecer árvores e folhagens. Quando os inimigos se dão conta é tarde demais. É assim que eu faço. Mudo de cor. Fico parecendo um galho de árvore. O inseto só me percebe quanto minha língua visguenta o lambe. Queria sugerir, então, que usassem a minha tática. Se nos proclamarmos carnívoros os vegetarianos não votarão em nós. Vamos nos fantasiar de vegetarianos!” Todos aplaudiram a brilhante reflexão do camaleão Duda e resolveram dar ao seu partido um nome bem ao gosto dos vegetarianos: “Partido dos Abacaxis”. Todo mundo gosta de abacaxis, tão doces, tão perfumados, tão brasileiros. E assim foi. Iniciou-se, então, a campanha do Partido das Bananas contra o Partido dos Abacaxis. Os vegetarianos faziam comícios em que bananas eram distribuídas por todos. As galinhas, os patos e os perus não perdoavam nem mesmo as cascas... Os carnívoros promoviam grandes churrascos, só que, ao invés de picanhas sobre as brasas, eram abacaxis sobre as brasas. Faziam churrasco de tudo quanto é vegetal. Além dos abacaxis, bananas, pinhões, batatas, mandioca, cebolas, tomates, pimentões. Assim, os dois partidos tinham o mesmo programa: dieta vegetariana para todos.

Os membros do Partido das Bananas sentiram, de longe, o cheiro bom dos churrascos do Partido dos Abacaxis. E começaram a se aproximar. Perceberam que os membros do Partido dos Abacaxis não eram tão maus quanto se dizia. Chegaram mais perto. Provaram. Gostaram. “É, churrasco de banana é mais gostoso que banana crua”, disseram. E até os macacos aderiram.

Aí veio a eleição. É preciso não esquecer que eleições têm por objetivo escolher aqueles que terão o poder de fazer as leis. Eleitos democraticamente, decidiriam democraticamente a dieta de todos os bichos. As decisões dos representantes seriam leis para todos. Ao dar aos seus representantes o poder para decidir, os bichos estavam, com esse ato, abrindo mão do seu direito de decidir. Depois de feitas as leis, só lhes restava obedecer.

Empossado o congresso, os representantes elegeram o seu presidente. O bicho que recebeu mais votos foi a Hiena, famosa por seu senso de humor: estava sempre dando risadas. Na sua posse ela fez um lindo discurso sobre as excelências da dieta vegetariana. E para terminar deu uma aula de filosofia. “Como disse o filósofo alemão Ludwig Feuerbach, nós somos o que comemos. Vacas e veados comem capim; portanto são capim. Macacos comem banana; portanto são bananas. Galinhas e patos comem milho; portanto são milho. Pássaros comem alpiste; portanto são alpiste. Assim, onças que comem vacas e veados estão, na verdade, comendo capim. Uma cobra que come um macaco está, na realidade, comendo bananas. Um gambá que come galinhas está, na realidade, comendo milho. E um gato que come passarinhos está, na realidade, comendo alpiste. Assim sendo, e em cumprimento às promessas que fizemos no período eleitoral, proclamo a lei de que todos os animais terão de ser vegetarianos, cada um do seu jeito. Viva a República Vegetariana!”

O discurso da Hiena foi saudado com uma grande salva de palmas, seguido por um festival gastronômico em que hienas, onças, lobos, cães vadios, cobras, gambás e gatos churrasqueavam vacas, veados, macacos, galinhas e passarinhos. “Pois Feuerbach não disse que somos o que comemos? A lei é clara: todos os animais são vegetais transformados...

Aí os membros do Partido das Bananas perceberam que haviam caído numa armadilha. Leis são armadilhas. Uma vez feitas não podem ser desrespeitadas, a menos que sejam revogadas por aqueles que as fizeram, os representantes eleitos.

Mas quem teria poder para revogar essa lei? Olhando para os gordos animais do Congresso era claro que nenhum deles estava disposto a trocar costeletas, lombos e lingüiças por alface, couve e cenoura... Concluíram, então, que com aquele congresso de carnívoros a reforma política jamais seria realizada. Aprenderam então a mais dura lição da política: quem faz as leis são aqueles que têm poder. O ganso grasnou então um ditado que havia lido num livro inglês: “might makes right”, o poder faz o Direito.

Foi então que um leitão rechonchudo chamado Alfred Hitchcock pediu a palavra. Ele já havia experimentado a dor da perda de sua mãe, comida por uma onça que falava enquanto comia: “Que deliciosa é essa porca! Ela é milho, é abóbora, é mandioca, é batata! Como é boa a dieta vegetariana!” Pois bem. O dito leitão ponderou: “Eu não posso enfrentar a onça. As galinhas não podem enfrentar os gambás. Os cordeiros não podem enfrentar os lobos! Mas os pássaros! Milhares de pássaros em seus vôos rasantes e bicos pontudos! Que poderão fazer as onças, os gambás e os lobos contra o ataque de milhares e pássaros? Vamos chamar os pássaros! Eles são vegetarianos! São nossos aliados!” E assim aconteceu. Vieram então, em bandos que tapavam o sol, milhares de andorinhas, pássaros pretos, sabiás, pardais, tico-ticos, periquitos... Invadiram o edifício do Congresso. Foi um pandemônio. O espaço escureceu. O barulho dos pios e dos gritos dos pássaros era ensurdecedor. Milhares de bicos bicando sem parar em mergulhos certeiros. Além disso, por onde iam soltavam seus excrementos moles e fedidos que escorriam pelas caras dos excelentíssimos. Os representes gritavam histéricos: “Isso é conspiração! Estão tentando desestabilizar o governo!” Mas os pássaros nem ligaram. Continuaram a fazer o que estavam fazendo. Os gambás, onças, lobos, cães vadios e hienas fugiram e nunca mais voltaram, com medo de que os pássaros lhes furassem os olhos...”

Agora, MENINOS E MENINAS: ajudem-me a chamar os pássaros...!!!

ps: crônica publicada no Correio Popular em 7/Ago/2005.

( Rubem Alves - 'Biografia' - 1959/**** )
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