MENSAGEM DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU
KOFI ANNAN,
POR OCASIÃO DO
DIA INTERNACIONAL DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA
22 de Maio de 2005
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC

Este ano, o tema do Dia Internacional da Diversidade Biológica, “Diversidade biológica, seguro de vida para um mundo em transformação”, salienta o papel fundamental que a diversidade biológica tem no desenvolvimento sustentável e na proteção das sociedades contra as conseqüências de choques inesperados, como a escassez de água, o aparecimento de doenças infecciosas, os fenômenos climáticos extremos e a vulnerabilidade genética das culturas e do gado.

Nas últimas décadas, o desenvolvimento econômico e o progresso tecnológico ajudaram a melhorar as condições de vida de muitos habitantes do mundo e a arrancar da pobreza extrema algumas das pessoas mais desfavorecidas. No entanto, durante o mesmo período, padrões de produção e de consumo insustentáveis reduziram a diversidade biológica como nunca antes acontecera e ameaçam a capacidade dos ecossistemas no que se refere a manter os progressos econômicos alcançados, com tanto esforço, pela humanidade.

Segundo o relatório publicado recentemente sobre a Avaliação do Milênio relativa aos Ecossistemas, quase todos os ecossistemas do planeta foram transformados pelas atividades humanas. Por exemplo:

25% das unidades populacionais de peixes marinhos são sobre-exploradas, o que leva ao encerramento de várias zonas de pesca, com conseqüências socioeconômicas significativas;
As modificações do manto vegetal, nomeadamente o desflorestamento e a desertificação das zonas tropicais, tendem a reduzir as precipitações locais e a contribuem para a desertificação e para a falta de água;
A capacidade dos ecossistemas no que diz respeito a atenuar os efeitos dos fenômenos climáticos extremos, como o recente tsunami no Oceano Índico, diminuiu, devido à transformação sofrida pelas terras húmidas, as florestas e os mangues.

O relatório do Projeto do Milênio, publicado em Janeiro, apresenta algumas propostas práticas para alcançar o objetivo mundial de reduzir consideravelamente, até 2010, o ritmo de perda da diversidade biológica. Essas propostas, que visam principalmente os mecanismos de mercado, as reformas políticas, a melhoria da regulamentação e os investimentos na gestão de ecossistemas importantes, podem igualmente contribuir para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Para isso, é fundamental que os governos apliquem a Convenção sobre Diversidade Biológica e canalizem mais recursos financeiros e de outros tipos para esse fim.

A diversidade biológica fornece-nos os materiais de que precisamos para a alimentação, o vestuário e a habitação. Permite-nos viver com saúde e contribui para o bem-estar humano de muitas outras maneiras. Para travar a degradação e a perda de recursos genéticos e para garantir a utilização eqüitativa dos mesmos, é necessário adotar medidas novas e mais vigorosas, em todos os níveis. A Cúpula de Setembro da Assembléia Geral será uma oportunidade importante para os Chefes de Estado e de Governo assumirem compromissos políticos e financeiros que visem conservar e utilizar de uma maneira sustentável aquilo que constitui o fundamento da própria vida. Mas, neste Dia Internacional da Diversidade Biológica, todos devemos reafirmar esse compromisso.


DIA INTERNACIONAL DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA
22 de Maio de 2003
Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal

Freqüentemente subestimada, a diversidade biológica é, no entanto, essencial para a vida humana e tem um papel crucial a desempenhar no desenvolvimento sustentável e na erradicação da pobreza. Proporciona meios de subsistência a milhões de pessoas, contribui para a segurança alimentar e é uma fonte preciosa de substâncias utilizadas pelas medicinas tradicionais e no fabrico de produtos farmacêuticos modernos. Também presta serviços ecológicos indispensáveis à vida. Se não pusermos termo à perda de recursos biológicos, os nossos esforços para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015 irão encontrar dificuldades adicionais, se é que não serão mesmo condenados ao fracasso.

Algum tempo antes da Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, que se realizou em Joanesburgo, no ano passado, considerei a biodiversidade como um dos cinco setores -- água, energia, saúde, agricultura e biodiversidade -- nos quais era necessário conseguir progressos muito concretos. Foi muito encorajador ver que, tanto durante o processo preparatório, como durante a Cimeira propriamente dita, a biodiversidade foi alvo de uma atenção que não merecera em fóruns internacionais anteriores.

Em Joanesburgo, os governos comprometeram-se a conseguir uma redução da perda de biodiversidade, até 2010. Mas, para isso, muitos parceiros terão de agir de forma concertada, em diversas frentes. Os Governos que ainda não o fizeram deverão ratificar a Convenção sobre a Diversidade Biológica e o seu Protocolo sobre a Segurança Biológica. Estes instrumentos -- e os processos que desencadearam -- são de uma importância crucial para a conservação da biodiversidade e a sua utilização sustentável, bem como para a partilha justa e equitativa dos benefícios que advêm da exploração dos recursos genéticos. Mas essa ratificação é apenas um começo; os governos devem também velar para que os seus políticos e, sobretudo, as verbas que os seus orçamentos atribuem à preservação da biodiversidade, reflitam o seu reconhecimento da importância da biodiversidade.

A preservação da biodiversidade não é só da responsabilidade dos governos. As organizações internacionais e não governamentais, o setor privado e todas as pessoas têm um papel a desempenhar no que se refere a fazer evoluir as mentalidades e acabar com os comportamentos destrutivos. A participação das comunidades locais é particularmente importante, porque muitas delas conceberam métodos inovadores de gestão dos recursos, com os quais outros podem aprender.

A biodiversidade é o nosso património comum. Pôr fim à sua perda e garantir a continuação do funcionamento dos ecossistemas, tanto marinhos como terrestres, deve ser uma prioridade para todos nós. Neste Dia Internacional da Diversidade Biológica, prometamos sensibilizar todos os habitantes do planeta e mobilizá-los para a defesa da biodiversidade.

Gentileza do Centro de Informação da ONU em Portugal


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